Cenário eleitoral de 2026 em MT avança e revela disputas internas


08/12/2025 às 16:50
Redação

Alianças

A oito meses das convenções partidárias, o tabuleiro político de Mato Grosso já se movimenta intensamente para a sucessão ao governo do Estado em 2026. As articulações avançam nos bastidores, e os principais grupos começam a definir estratégias, alianças e prioridades para o próximo ciclo eleitoral.

No campo governista, o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) desponta como o nome mais estruturado no momento. Com apoio declarado do Novo, PRD e Solidariedade — e prestes a assumir o governo em março, caso Mauro Mendes (União) confirme sua saída para disputar o Senado — Pivetta se fortalece no ambiente institucional. A seu favor, pesam o empenho pessoal de Mauro Mendes e a adesão do ex-senador Cidinho Santos, principal liderança do Progressistas, sigla federada ao União Brasil.

Apesar disso, o próprio União Brasil enfrenta divergências internas. Uma ala ligada ao senador Jayme Campos defende uma candidatura própria ao governo, avaliando que isso poderia impulsionar o desempenho do partido nas eleições proporcionais para Assembleia e Câmara Federal.

No Progressistas, a prioridade também está nas disputas proporcionais. A suplente de senadora Margareth Buzzetti (PP) tenta viabilizar candidatura ao Senado, embora também seja cogitada para concorrer a deputada federal.

Do lado do PL, a estratégia é clara: manter o senador Wellington Fagundes como pré-candidato ao governo, posição já respaldada pela direção nacional. Liderando as pesquisas de intenção de voto, Wellington representa o “bolsonarismo institucional” no estado. Para o Senado, o PL trabalha o nome do deputado federal José Medeiros. A expectativa é que, após março, com a reorganização eleitoral e o alinhamento de forças conservadoras, o PL atraia novos apoios de partidos e lideranças simpáticas ao bolsonarismo.

Outra frente do campo bolsonarista se articula pelo Democracia Cristã (DC). Os produtores rurais Antônio Galvan, pré-candidato ao Senado, e Maurição Tonhá, pré-candidato ao governo, buscam representar o “bolsonarismo raiz”, com forte interlocução entre sindicatos e produtores do agronegócio.

No centro e na esquerda, o bloco liderado pelo senador licenciado e ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), trabalha a pré-candidatura da médica Natasha Slhessarenko. A frente reúne PSD, PT, PV e PCdoB, com o PDT orbitando o grupo, embora cogite candidatura própria para reforçar suas chapas proporcionais. Rede e PSOL também avaliam lançar nome independente.

O MDB, presidido pela deputada Janaina Riva, concentra esforços na candidatura da própria Janaina ao Senado. Quanto ao governo, a sigla ainda não se definiu: parte prefere apoiar Pivetta; outra sinaliza para Wellington Fagundes. O partido não descarta lançar Janaina ao governo ou liberar seus filiados para alianças distintas.

O Podemos caminha para assumir papel central em 2026. A legenda deve receber a filiação do presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (hoje no PSB), além de deputados, prefeitos e secretários. Com esse reforço, torna-se uma das siglas mais cobiçadas para composição de chapa majoritária. Max mantém bom trânsito com Pivetta e Wellington, mas evita declarações antecipadas. O PSB, que será deixado por Max, deve ser assumido pelo ex-governador Pedro Taques, que articula candidatura ao Senado com críticas ao grupo de Mauro Mendes.

Por fim, o PSDB, liderado pelo deputado Carlos Avalone, segue em posição de cautela. Com relações bem estabelecidas com os dois principais pré-candidatos ao governo, o partido deve tomar decisão apenas às vésperas das convenções.

O cenário segue em movimento, mas já revela que a disputa de 2026 será marcada por divisão interna nos grandes partidos, fortalecimento de blocos temáticos e uma corrida intensa por alianças estratégicas.

 

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