Beatificação de Padre Nazareno Lanciotti avança e celebração será em Jauru
08/12/2025 às 14:47
Redação
CELEBRAÇAO
Redação
CELEBRAÇAO
A Igreja Católica prepara as etapas finais para a beatificação do Padre Nazareno Lanciotti, missionário italiano que atuou por três décadas em Jauru (MT) e foi assassinado em 2001. O Vaticano já reconheceu o martírio do sacerdote, concluindo que ele foi morto “por ódio à fé”. A celebração oficial está prevista para o próximo ano, em Jauru, com presença do cardeal Marcello Semeraro, responsável pelos processos de beatificação e canonização.
Padre Lanciotti ficou conhecido pelo trabalho junto às comunidades pobres, pela defesa de famílias vulneráveis e por sua atuação firme em meio a conflitos fundiários, violência e exploração infantil na região. Sua dedicação o tornou uma figura admirada, mas também alvo de ameaças.
Para preparar o rito de beatificação, o postulador da causa, Padre Enzo Gabrieli, esteve recentemente em cidades de Mato Grosso orientando fiéis, lideranças e paróquias. Entre os procedimentos exigidos, a Diocese de São Luiz de Cáceres realizou o reconhecimento canônico dos restos mortais, que inclui exumação e reorganização dos ossos em uma nova urna de mármore, que ficará na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar — local onde o padre foi sepultado e havia expressado o desejo de permanecer.
Nascido em Roma em 1940, Nazareno Lanciotti chegou ao Brasil em 1972. Em Jauru, reconstruiu a igreja local, fortaleceu comunidades rurais, atendeu enfermos, organizou pastorais e fundou obras sociais, como centros comunitários, abrigos e uma escola. Sua postura firme diante de injustiças sociais marcou profundamente a região.
O martírio ocorreu em 11 de fevereiro de 2001, quando foi baleado por criminosos que assumiram ter ido matá-lo. Ferido, o padre ainda foi socorrido, mas morreu dias depois.
O processo de beatificação começou em 2007 e, após análise da vida e do martírio, foi reconhecido pelo Papa Francisco. Com a beatificação prevista para 2026, o próximo passo será o processo de canonização, que exige o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do futuro beato. Caso isso ocorra, Mato Grosso poderá ter seu primeiro santo.
