PT lança resolução e aponta 2026 como eleição decisiva para futuro do país
Redação
ELEIÇÕES
O Diretório Nacional do PT divulgou, nesta segunda-feira (8), uma resolução política que avalia o momento atual do Brasil e projeta o cenário para as eleições de 2026. O partido afirma que o país atravessa um período crucial, marcado por avanços do governo Lula e, ao mesmo tempo, por um ambiente de alta tensão política.
No documento, o PT destaca conquistas da gestão federal, como a saída do Brasil do Mapa da Fome pela segunda vez, a redução histórica da desigualdade e o desemprego em níveis mínimos nos últimos anos. Apesar disso, a sigla diz que o país enfrenta um “clima de guerra política”, impulsionado pelo crescimento da extrema-direita internacional, disputas com setores do Congresso e ações de desestabilização digital.
A resolução comemora como “vitória da democracia” a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e de militares envolvidos nos atos golpistas. O texto reafirma que não haverá anistia para ataques às instituições. O partido também acusa governadores oposicionistas — com destaque para Tarcísio de Freitas, em São Paulo — de boicotar programas federais e adotar políticas neoliberais.
Segundo o documento, o bolsonarismo segue conectado a redes globais da extrema-direita e continua atuando com campanhas de desinformação em larga escala. Para o PT, isso reforça a necessidade de ampliar a base parlamentar em 2026 para sustentar reformas e impedir retrocessos, especialmente após derrotas recentes, como no debate sobre o chamado “PL da Devastação”.
Na agenda internacional, a resolução aponta o fortalecimento do Brasil em fóruns globais e cita como avanço o recuo parcial de Donald Trump na guerra tarifária. O partido volta a criticar a influência dos Estados Unidos na Venezuela e condena o que classifica como “genocídio contra o povo palestino”.
O texto também apresenta diretrizes internas, como reorganização partidária, fortalecimento das bases e construção de candidaturas fortes nos estados. A reeleição de Lula é tratada como prioridade estratégica para enfrentar a extrema-direita e garantir estabilidade institucional.
Entre as reformas defendidas pelo PT estão o voto em lista, paridade de gênero e cotas étnico-raciais, além do financiamento público exclusivo de campanha. O partido também reivindica mudanças que reduzam o poder das emendas parlamentares sobre o orçamento federal.
Outro eixo destacado é a defesa da soberania digital, com propostas para regular big techs, aumentar a transparência de algoritmos, combater fake news e fortalecer a tecnologia nacional. O PT também sugere um novo marco de proteção social para trabalhadores por aplicativo.
A segurança pública aparece como tema central, com críticas ao modelo de repressão adotado pela direita. O partido defende uma política nacional integrada, focada em inteligência, tecnologia e combate financeiro ao crime organizado, além da criação de um Ministério da Segurança Pública.
A resolução convoca ainda mobilizações contra a violência de gênero, cita o aumento dos feminicídios e pede atos permanentes em defesa da democracia, especialmente no marco do 8 de janeiro.
O documento encerra afirmando que o PT segue como “pilar da democracia brasileira” e que as eleições de 2026 serão determinantes para consolidar avanços sociais e enfrentar a extrema-direita.