Taxa mínima pode encarecer delivery e limitar atendimento
Redação
Alerta
A possível implementação de um ganho mínimo de R$ 10 por entrega, proposta que voltou à mesa do governo federal, acendeu um novo sinal de alerta no setor de alimentação. De acordo com um estudo do iFood, itens como lanches, marmitas e refeições de baixo valor podem ficar até 22% mais caros caso a regra seja aprovada — um impacto direto no bolso do consumidor.
A discussão ganhou força após o governo retomar o texto original elaborado por Guilherme Boulos, atual secretário-geral da Presidência, que previa taxa fixa de R$ 10 por entrega acrescida de R$ 2,50 por quilômetro rodado.
Segundo informações da CNN Brasil, a Associação Nacional de Restaurantes (ANR) enviou ao Congresso um parecer apontando que a obrigatoriedade de valores mínimos pode reduzir o raio de atendimento, especialmente nas áreas periféricas, e prejudicar pequenos e médios estabelecimentos — justamente os que concentram a maior parte dos pedidos abaixo de R$ 60.
O setor teme que o encarecimento do delivery leve à queda no número de pedidos, afetando as vendas e reduzindo a quantidade de corridas disponíveis para os entregadores, o que pode gerar efeito contrário ao desejado pelo governo.
Para restaurantes, consumidores e trabalhadores de app, o debate será decisivo: enquanto o governo busca acelerar a regulamentação das plataformas, o aumento dos custos pode tornar refeições simples menos acessíveis e limitar o acesso ao serviço em regiões mais distantes da cidade.