Influenciadores ajudavam facção a divulgar esquema de raspadinhas
Redação
Raspadinhas do Crime
Um sofisticado esquema de jogos de azar controlado por uma facção criminosa foi desarticulado pela Polícia Civil durante a Operação Raspadinha do Crime. A investigação revelou que o grupo utilizava influenciadores digitais para divulgar as “raspadinhas” — vendidas em mais de 20 cidades de Mato Grosso — com aparência de promoções legítimas.
Segundo a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), cerca de 80% dos lucros obtidos com as vendas eram destinados ao financiamento das atividades da facção. Os demais valores eram divididos entre revendedores e coordenadores locais, chamados de “irmãos da quebrada”.
As raspadinhas, vendidas por R$ 5, prometiam prêmios de até R$ 50 mil. No entanto, conforme as investigações, nenhum prêmio superior a R$ 100 foi comprovado. Os bilhetes eram distribuídos a comércios por transportadoras comuns, com notas falsas para disfarçar o conteúdo.
Influenciadores, incluindo menores de idade, foram recrutados para promover o jogo nas redes sociais, exibindo vídeos de supostos ganhadores e prêmios inexistentes. A primeira publicação da marca “Raspa Brasil” foi feita em março de 2025 e rapidamente se espalhou pelo interior do estado.
A Polícia Civil informou que os líderes do esquema também intimidavam comerciantes e controlavam rigidamente os ganhos, reforçando o poder da facção nas regiões onde o jogo era comercializado.