Entenda a diferença entre chuva congelada, neve e granizo
Redação
Entenda
Uma frente fria avança para a América do Sul com o aumento da temperatura na Antártida. Os locais mais afetados são Argentina, Paraguai, Uruguai e o Sul do Brasil. Com isso, é possível que se forme a chuva congelada no Estado do Rio Grande do Sul e em algumas partes de Santa Catarina.
A chuva congelada é diferente da neve, e também do granizo. As temperaturas devem ficar em torno dos 10ºC de máxima até segunda-feira, 12. No sábado, as mínimas giram em torno de 2ºC na maioria dos locais, com possibilidade de termômetros negativos e neve nas regiões mais frias dos dois Estados mais ao sul do Brasil.
Guilherme Borges, meteorologista do Climatempo, explica que a chuva congelada pode acontecer principalmente nas regiões da Serra Gaúcha. “Há nesta semana a influência de uma frente fria bem importante, com forte massa continental, que vai favorecer essa condição de mais frio sobre o Rio Grande do Sul. Há a possibilidade de chuva congelada, principalmente nesta sexta-feira, e pequena possibilidade de neve, principalmente nos pontos mais altos da Serra Gaúcha à noite”, afirma.
Entenda como se forma a chuva congelada
A chuva congelada é diferente da neve, da chuva congelante e do granizo. O especialista do Climatempo explica como o fenômeno se forma: “A chuva congelada ocorre quando a precipitação cai como chuva líquida, mas encontra uma camada de ar muito frio próxima à superfície. Isso é suficiente para congelar as gotas de água até chegar até o solo.”
Estael Sias, meteorologista da MetSul, explica a diferença entre cada um dos fenômenos:
Chuva congelada: Também chamada de chuva granular, ocorre quando a chuva se forma líquida, mas encontra temperaturas baixas logo em seguida, e congela antes de chegar na superfície.
Neve: “Para formar a neve, é necessário que haja nuvens mais rasas que as de temporal, em uma camada de temperatura muito baixa, inferior a zero, que é quando o vapor d’água congela e forma cristais de gelo. Então o floco de neve já se forma dentro da nuvem, ao redor de 1.500 metros de altura. Quando esse floco de neve sai de dentro da nuvem, até chegar ao solo, ele tem que encontrar a temperatura muito baixa para se sustentar sem derreter”, explica Estael.
Apesar de o Sul do Brasil ter, muitas vezes, temperaturas baixas o suficiente para formar a neve, a especialista explica que existem outros fatores que dificultam essa formação. “O dilema no Rio Grande do Sul para que a neve aconteça é que, quando há frio suficiente para ocorrer neve, geralmente está associado a tempo seco, sem nuvens”, afirma.
Chuva com granizo: De acordo com Estael, as nuvens de temporal, onde se forma o granizo, têm de 10 a 15 km de altura. Em chuvas muito fortes, pedaços maiores de gelo caem na superfície junto à chuva líquida. “A chuva congelada é mais opaca que o granizo, que é mais translúcido”, detalha a meteorologista.
Estael esclarece que ainda há divergências nos modelos quanto às previsões climáticas para o Sul do País, porém, mantendo a possibilidade de chuva com alguma chance de neve.
Fonte: IstoÉ Planeta