Mauro critica ineficiência pública e alerta para entraves que freiam o agronegócio
Redação
Gestão
O governador Mauro Mendes (União Brasil) voltou a cobrar mais eficiência do Estado brasileiro ao avaliar os principais desafios enfrentados pelo agronegócio em Mato Grosso e no país. Em entrevista ao Correio Braziliense, ele afirmou que a “insegurança jurídica” e a “lentidão institucional” seguem entre os maiores obstáculos para o desenvolvimento do setor.
Segundo Mendes, a máquina pública não conseguiu avançar em pontos fundamentais previstos no Código Florestal, como a regularização fundiária e a conclusão do Cadastro Ambiental Rural (CAR), criado há mais de uma década.
“O Estado brasileiro foi muito ineficiente para fazer regularização fundiária, para fazer regularização ambiental. Falta muita coisa, principalmente quando a gente olha para a questão institucional”, disse.
O governador ressaltou que a morosidade estatal impacta diretamente produtores rurais, empresas e cidadãos, elevando custos e travando investimentos.
“A ineficiência pública atinge o agronegócio, atinge todos nós, na prestação de serviço e no dia a dia”, afirmou.
Para Mendes, o problema é estrutural e compromete a qualidade dos serviços oferecidos à população.
“A ineficiência é pai e mãe da maioria dos equívocos que o Estado brasileiro comete e da má prestação de serviço que ele entrega ao cidadão”, avaliou.
Ele também criticou a baixa efetividade do Código Florestal, apontando que a demora em licenciamentos ambientais gera prejuízo direto ao produtor rural.
“Quando você demora para fazer um licenciamento ambiental, para o produtor cumprir a lei, você está prejudicando esse proprietário, dificultando financiamento, aumentando o custo do crédito.”
Outro ponto de preocupação destacado pelo governador é o alto custo da dívida pública federal, que, segundo ele, pesa sobre a economia e contribui para manter os juros brasileiros em patamares elevados.
“O país tem um dos juros mais caros do mundo porque o governo federal deve muito e não tem capacidade de pagar nem os juros da dívida. Para rolar a dívida, tem que pagar juros caros — e isso recai sobre todos nós.”
Apesar das críticas, Mendes afirmou que o agronegócio segue sendo motor da economia nacional, mas reforçou que o setor poderia crescer ainda mais se houvesse mais agilidade, segurança jurídica e eficiência administrativa.