Mounjaro é melhor que Ozempic? Saiba diferenças entre os medicamentos


10/07/2024 às 11:50
Redação

Saúde

 

A nova geração de medicamentos para diabetes tipo 2 – como o Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk, e o Mounjaro, da Eli Lily – ganhou popularidade em todo o mundo devido a um efeito secundário: o emagrecimento.

Tanto o Ozempic quanto o Mounjaro são usados de forma off label para a perda de peso. O segundo, no entanto, tem uma ação significativamente maior e mais rápida, como mostrou uma pesquisa publicada nessa segunda-feira (8/7), na revista Jama Internal Medicine.

Ao analisar os registros de saúde de 18.386 pacientes com sobrepeso e obesidade que usavam as medicações, pesquisadores norte-americanos observaram que 42% dos usuários do Mounjaro perderam 15% do peso corporal em um ano. O mesmo resultado foi alcançado por apenas 18% dos que tomaram Ozempic.

Ozempic X Mounjaro

A principal diferença entre os remédios está na composição. A semaglutida presente no Ozempic simula a ação do GLP-1, hormônio produzido no intestino e regula a glicemia (nível de açúcar no sangue) e as respostas da saciedade. Assim, o paciente não sente muita fome ao longo do dia e acaba comendo menos do que o habitual.

“Os análogos de GLP-1 têm receptores no hipotálamo, que regulam o apetite e o sistema de recompensa, uma região mais relacionada ao prazer”, explica o endocrinologista Marcio Mancini, diretor do Departamento de Tratamento Farmacológico da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e vice-presidente do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

A tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, simula a ação de dois hormônios intestinais, o GLP-1 e o GIP.O GIP melhora a secreção de insulina pelas células beta do pâncreas.

Combinados, o GLP-1 e o GIP estimulam receptores que aumentam a produção de insulina em resposta à glicose. Assim, o medicamento retarda o esvaziamento gástrico, prolongando a sensação de saciedade.

“O funcionamento do GIP não é tão bem conhecido, mas há a possibilidade de que ele aumente a permeabilidade vascular para que o GLP-1 consiga penetrar em áreas do sistema nervoso que ele não penetraria”, esclarece Mancini.

Tratamento da diabetes tipo 2

Quando avaliados quanto à eficácia no tratamento da diabetes tipo 2, os resultados Ozempic e do Mounjaro são semelhantes.

Nos estudos clínicos de fase 3 da Novo Nordisk, a redução da hemoglobina glicada com a semaglutida em pacientes com diabetes tipo 2 foi de cerca de 1,5 a 1,8%.

Para a tirzepatida, a redução da hemoglobina glicada nos estudos da Eli Lily com uma população parecida de pacientes foi maior do que 2%. “Isso mostra que o efeito da tirzepatida na melhora e controle da diabetes também é um pouco superior ao da semaglutida, mas a diferença não é tão significativa”, explica Mancini.

Uso no Brasil

O Ozempic (semaglutida) tem a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento da diabetes tipo 2.

Para a perda de peso, a agência liberou em janeiro de 2023 o uso do Wegovy, outra caneta injetável da Novo Nordisk com dosagem mais alta de semaglutida. A previsão da farmacêutica é de que Wegovy estará disponível no mercado brasileiro a partir de agosto deste ano.

Estudos clínicos mostraram que o Wegovy leva à redução média de 17% do peso. Cerca de um terço dos pacientes alcançaram redução do peso superior a 20%.

No caso da tirzepatida, a Anvisa aprovou em outubro de 2023, o uso do Mounjaro para o tratamento da diabetes. No entanto, o medicamento ainda não é comercializado no país.

A Eli Lily tem o Zepbound como alternativa para o tratamento da obesidade. Este foi aprovado em novembro do ano passado nos EUA, mas ainda não foi encaminhado para análise da Anvisa.

“A obesidade interfere muito na qualidade de vida das pessoas. Ela está associada a mais sentimentos de ansiedade, depressão e diminuição de autoestima. A perda de peso auxiliada por medicamentos mais potentes como a semaglutida e a tirzepatida leva à melhora do bem-estar e de todo esse perfil psicológico associado à obesidade”, considera Mancini.

 

Fonte: Metrópoles

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