Medeiros ironiza filiação de Pedro Taques ao PSB e questiona mudança de posição
Redação
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O deputado federal José Medeiros (PL) reagiu com sarcasmo à filiação do ex-governador Pedro Taques ao PSB, partido alinhado ao campo da centro-esquerda e que deve integrar o palanque do presidente Lula (PT) em Mato Grosso nas eleições de 2026. Ex-aliado de Taques, Medeiros questionou a mudança de posicionamento político e lançou dúvidas sobre a receptividade do ex-governador entre petistas e aliados.
Ao comentar a movimentação, Medeiros comparou a decisão a uma situação improvável e desconfortável. “Ele mudou de posição. Não sei como os petistas vão receber ele lá. É mais ou menos como cachorro morrer e ir para o inferno dos gatos”, afirmou, em tom irônico.
O parlamentar lembrou que foi suplente de Taques no Senado e assumiu a vaga quando o então senador deixou o cargo para disputar o Governo do Estado, em 2018. Para Medeiros, a entrada do ex-governador no PSB tende a gerar mais complicações do que soluções dentro do bloco progressista, sobretudo para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD). “Isso aí, a meu ver, é mais um problema para o Fávaro se virar lá. Não sei como é que ele vai resolver”, completou.
A declaração ocorre após a filiação de Taques ganhar repercussão nacional, inicialmente anunciada pelo presidente do PT, Edinho Silva, que chegou a citar o ex-governador como possível nome ao Senado pela federação de esquerda. A sinalização provocou ruído interno e reação de lideranças locais.
Diante da repercussão negativa, Edinho recuou e afirmou que não haverá construção política em Mato Grosso sem o reconhecimento da liderança de Carlos Fávaro, apontado como o principal nome da federação para a disputa ao Senado em 2026.
A possível candidatura de Taques também enfrenta resistência no próprio campo progressista. O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) classificou como “infeliz” a fala de Edinho Silva e disse que o dirigente nacional desconhece a realidade política do estado. Segundo Lúdio, qualquer discussão sobre o Senado passa, necessariamente, pelo aval de Fávaro.
O desgaste do ex-governador pesa contra sua reaproximação com a esquerda. Eleito em 2014 em disputa direta contra o PT, Pedro Taques deixou o Palácio Paiaguás com baixa aprovação, marcado por crise fiscal, atrasos salariais e dificuldades em áreas essenciais como saúde e educação, fatores que ainda influenciam a avaliação de seu nome no cenário político estadual.