Facções criminosas estão ligadas à maioria dos homicídios na Grande Cuiabá
Redação
BALANÇO
O fortalecimento das facções criminosas teve impacto direto nos índices de homicídios registrados em Cuiabá e Várzea Grande ao longo de 2025. Em balanço anual, a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estima que entre 75% e 80% dos assassinatos investigados na região metropolitana tiveram envolvimento direto de organizações criminosas.
A informação foi repassada pelo delegado titular da DHPP, Caio Albuquerque, que classificou o ano como um período de ocorrências “sensíveis, complexas e de grande repercussão”. Segundo ele, apesar de o número total de homicídios permanecer em patamar semelhante ao de anos anteriores, o grau de complexidade das investigações aumentou significativamente.
De acordo com o delegado, os dados consolidados sobre quantidade de crimes e índice de resolutividade ainda serão divulgados oficialmente, mas a atuação das facções tem sido uma constante nas apurações. “Esse tipo de ocorrência se manteve ao longo do ano e representa a maior parte dos homicídios investigados”, afirmou.
Casos ligados a organizações criminosas, conforme explicou, exigem investigações mais longas, com uso intensivo de inteligência policial, o que muitas vezes impede prisões imediatas. Ainda assim, Albuquerque destacou que, à medida que os inquéritos amadurecem, os envolvidos acabam sendo identificados e presos.
Apesar do cenário de violência letal, a DHPP registrou resultado positivo nos casos de feminicídio. Segundo o delegado, todos os crimes dessa natureza ocorridos em 2025 na área de atuação da delegacia foram solucionados, com os autores presos, muitos deles em flagrante.
O ano também foi marcado por investigações de grande repercussão, como o caso do advogado Renato Nery, considerado complexo e tecnicamente desafiador, além do assassinato da adolescente Emelly Azevedo, que causou comoção nacional pela extrema brutalidade.
Mesmo diante da alta demanda, Caio Albuquerque avaliou que a delegacia conseguiu avançar na maioria das investigações que estavam em estágio avançado, resultando na prisão dos responsáveis e no encaminhamento dos casos à Justiça.
O delegado ressaltou que a atuação da DHPP vai além do simples indiciamento, priorizando investigações bem fundamentadas e prisões devidamente sustentadas por provas técnicas. “Nos crimes de homicídio, a regra é que o suspeito responda preso, dada a gravidade concreta desses delitos”, explicou.
Ao final, Albuquerque destacou que os resultados alcançados são fruto de rigor técnico, responsabilidade e paciência investigativa, garantindo não apenas a identificação dos autores, mas também a segurança jurídica necessária para a efetiva responsabilização criminal.