Equipe médica atribui alucinações de Bolsonaro à interação com remédio sem prescrição
Redação
Medicamentos
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente detido na sede da Polícia Federal em Brasília, apresentou episódios de confusão mental e alucinações após tomar o medicamento Pregabalina, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (24). A substância teria sido prescrita por uma médica que não faz parte da equipe responsável pelo acompanhamento clínico dele, o que teria provocado interação com outras medicações em uso.
De acordo com os médicos, Bolsonaro possui diversas comorbidades e segue em tratamento contínuo desde 2018, quando passou a realizar cirurgias e internações após sofrer um atentado. Nos últimos meses, ele também apresentou pneumonia por broncoaspiração e enfrenta crises persistentes de soluços, tratadas com Clorpromazina e Gabapentina.
A equipe relatou que o quadro de desorientação ocorreu na noite de sexta-feira (21), quando o ex-presidente disse ter experimentado pensamentos paranoicos e percepção alterada. Entre os efeitos adversos da Pregabalina estão sedação, perda de coordenação, alterações cognitivas, confusão mental e alucinações — sintomas compatíveis com o episódio relatado.
O medicamento foi suspenso imediatamente e a equipe retomou o tratamento anterior. Segundo os médicos, não há sinais residuais das alucinações após a interrupção da droga, mas Bolsonaro seguirá sob monitoramento rigoroso devido ao seu histórico clínico.
Durante audiência no fim de semana, o ex-presidente admitiu ter mexido na tornozeleira eletrônica usando um ferro aquecido, alegando que estava em estado de “paranoia”, possivelmente induzido pelos medicamentos. A ação foi um dos motivos apontados pelo ministro Alexandre de Moraes para converter a prisão domiciliar em prisão preventiva.
Os médicos responsáveis pelo acompanhamento são o cirurgião geral Claudio Birolini e o cardiologista Leandro Echenique, que afirmam manter avaliações periódicas para ajustar o tratamento conforme necessário.