MDB de MT vive crise com saída de lideranças e racha interno
Redação
PARTIDO
O MDB de Mato Grosso enfrenta um dos momentos mais delicados dos últimos anos. A sigla corre risco de encolher em 2026 com a possível saída de deputados federais e o afastamento de sua principal puxadora de votos na Assembleia, Janaina Riva, que foca sua pré-candidatura ao Senado.
Emanuelzinho (MDB), vice-líder do governo Lula na Câmara, deve acompanhar o pai, Emanuel Pinheiro, rumo ao PSD, insatisfeito com o movimento do diretório estadual em direção à direita. Juarez Costa também admite deixar o MDB e avalia convites, inclusive do Republicanos, condicionando sua permanência à continuidade de Emanuelzinho no partido.
Na esfera estadual, o MDB perde força. Juca do Guaraná deve migrar para o PRD, enquanto Janaina — recém-eleita presidente estadual do partido — não disputará a reeleição à ALMT, abrindo um grande vazio na chapa proporcional.
Para tentar compensar, a sigla aposta no presidente da AMM, Leonardo Bortolin, apontado como nome capaz de reforçar a disputa à Assembleia. Mesmo assim, há receio interno de que o partido não alcance o coeficiente eleitoral necessário para manter o tamanho da bancada.
O cenário também expõe divergências ideológicas. Enquanto Janaina tenta aproximar o partido do eleitorado bolsonarista para viabilizar seu projeto ao Senado, o diretório de Cuiabá, comandado por Francisco Faiad, rejeita qualquer alinhamento com a direita.
A resistência interna se soma ao desgaste externo: o prefeito Abilio Brunini (PL) já criticou uma possível aliança entre PL e MDB, refletindo a rejeição de parte do bolsonarismo ao nome de Janaina.
Com disputas internas, risco de esvaziamento e incertezas sobre seu rumo político, o MDB chega a 2026 menor e dividido — justamente quando sua maior liderança tenta se consolidar em uma disputa majoritária.