Uniões estáveis superam casamentos formais em MT
Redação
Estatística
A união estável já é a forma de relacionamento mais comum entre os mato-grossenses. Dados recentes do IBGE mostram que, em 2022, 46,12% dos casais do estado viviam em união consensual, enquanto apenas 31,03% oficializaram o casamento no civil ou religioso. O cenário segue a tendência nacional, em que os matrimônios vêm caindo há mais de duas décadas.
O peso do custo das cerimônias e a mudança de valores entre os mais jovens ajudam a explicar o movimento. No Brasil, a participação dos casamentos formais nas uniões caiu de 49,4%, em 2000, para 37,9% em 2022.
Entre pessoas de 20 a 39 anos, a união estável domina: quase 60% dos relacionamentos são desse tipo, enquanto os casamentos ficam abaixo de 20%. Para especialistas, o comportamento reflete uma geração que busca liberdade, autonomia e segurança financeira antes de formalizar a relação.
Mesmo assim, o mercado de casamentos segue aquecido, segundo cerimonialistas. Ana Luiza Tavares, que atua desde 2006, afirma que a procura não caiu — houve apenas adaptações após a pandemia, como festas menores e celebrações mais econômicas. Já para a cerimonialista Izis Dorileo, o casamento deixou de ser uma “obrigação social”. O reconhecimento jurídico ampliado da união estável também tornou o modelo mais atraente.
Histórias como a de Ana Beatriz Frutuoso, 26, e Nicolas Shiroma, 27, ilustram o novo perfil. Eles moram juntos há dois anos e pretendem casar, mas só quando houver estabilidade financeira suficiente para realizar a cerimônia dos sonhos. “A festa e o documento ficam em segundo plano. Hoje, o mais importante é ter as contas em dia e construir nossa casa”, diz Ana Beatriz.
A tendência mostra que o compromisso permanece — apenas mudou de forma, acompanhando a realidade e os valores das novas gerações.