Tarifas de alimentos são reduzidas nos EUA
Redação
Importação
O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta sexta-feira (14), a redução de tarifas sobre a importação de diversos produtos agrícolas, entre eles carne bovina, tomate, café e banana. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, busca conter a inflação dos alimentos após o recente tarifaço, que havia elevado custos no mercado interno norte-americano.
A decisão passa a valer retroativamente a partir das 2h01 de quinta-feira (13) e pode favorecer grandes exportadores, especialmente o Brasil — líder mundial na produção de café e um dos maiores fornecedores globais de carne bovina.
Segundo dados da International Trade Administration, o Brasil exportou quase US$ 2 bilhões em café para os EUA em 2024. Porém, após a tarifa total de 50% entrar em vigor em agosto, as vendas caíram drasticamente. Em outubro, a retração foi de 54,4%, segundo o Cecafé. No mercado americano, o produto já acumulava alta de 20% para o consumidor.
O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que Trump está cumprindo o compromisso de isentar produtos que não são fabricados internamente, destacando que o momento é oportuno devido aos acordos comerciais recentes firmados com Argentina, Equador, El Salvador e Guatemala. Esses países se comprometeram, entre outros pontos, a não taxar serviços digitais de big techs.
Apesar das reduções anunciadas, o Brasil — atualmente alvo de sobretaxas de 40% adicionais — ainda não foi mencionado nos acordos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, discutiu o tema com o secretário de Estado, Marco Rubio, e reafirmou a expectativa de uma resposta americana sobre a proposta brasileira de suspender temporariamente as sobretaxas enquanto as negociações avançam.
Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegaram a tratar do assunto em reunião recente na Malásia, quando o líder americano sinalizou abertura para rever parte das tarifas aplicadas ao Brasil. Enquanto isso, técnicos dos dois países seguem discutindo temas de interesse mútuo, como a entrada do etanol americano no Brasil e questões regulatórias envolvendo plataformas digitais.