Polícia Civil desarticula rede de jogos ilegais que financiava facção criminosa em MT
14/10/2025 às 08:29
Redação
Operação Raspadinha do Crime
Redação
Operação Raspadinha do Crime
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta terça-feira (14.10), a Operação Raspadinha do Crime, com o objetivo de desmantelar um esquema milionário de jogos ilegais que abastecia financeiramente uma facção criminosa atuante dentro e fora dos presídios do estado.
A ação, coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), conta com o apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO). Ao todo, estão sendo cumpridas 111 ordens judiciais, incluindo 21 mandados de prisão preventiva e 54 de busca e apreensão, além do bloqueio e sequestro de valores que ultrapassam R$ 1,1 milhão.
Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Criminal de Sinop e são cumpridos em mais de 20 municípios, como Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis, Sorriso e Tangará da Serra.
Esquema milionário e estrutura empresarial
As investigações começaram após uma operação em maio deste ano revelar uma rede estruturada que simulava um empreendimento legal de raspadinhas instantâneas. Em apenas seis meses, o grupo teria movimentado mais de R$ 3 milhões.
Segundo a polícia, a organização criminosa operava com estrutura empresarial e hierarquia definida, dividida em três núcleos: estratégico, financeiro e operacional. O núcleo principal, sediado em Cuiabá, controlava as diretrizes e o fluxo de recursos; o financeiro cuidava da lavagem de dinheiro por meio de contas de fachada; e o operacional distribuía e recolhia valores em várias cidades.
Golpe no braço econômico da facção
O delegado Antenor Pimentel, responsável pela investigação, afirmou que a operação representa um duro golpe no setor financeiro da facção. “Essa rede unia tecnologia, manipulação social e engenharia financeira para lavar dinheiro e manter as atividades criminosas. A operação atingiu diretamente o braço econômico da facção”, declarou.
O material apreendido — bilhetes, banners e documentos — será periciado, e as investigações continuam para identificar possíveis ramificações interestaduais.
A Operação Raspadinha do Crime faz parte da Operação Inter Partes, dentro do programa Tolerância Zero, do Governo de Mato Grosso, e integra as ações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Renorcrim).
