OMS alerta: só 23% dos hipertensos no mundo conseguem controlar a doença
Redação
ATENÇÃO
A hipertensão afeta cerca de 1,4 bilhão de pessoas em todo o mundo, mas apenas 23% conseguem manter a pressão sob controle, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (23) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, a prevalência da doença é de 46% entre adultos e idosos de 30 a 79 anos — índice acima da média mundial, de 34%. Entre os 55,7 milhões de brasileiros hipertensos, 71% já receberam diagnóstico, mas só 38% (21,2 milhões) mantêm o quadro controlado.
A hipertensão é uma das principais causas de infarto, AVC, doença renal crônica e demência. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que, a cada hora, mais de 1 mil vidas são perdidas devido a complicações da pressão alta, mortes que poderiam ser evitadas com prevenção e tratamento adequados.
Risco maior e novas diretrizes
Segundo a OMS, a hipertensão é diagnosticada quando a pressão atinge 14 por 9 em duas medições distintas. No entanto, níveis abaixo disso já oferecem riscos. A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão classifica como pré-hipertensão valores iguais ou superiores a 12 por 8, antes considerados ideais.
O relatório, com dados de 195 países, mostra que metade das nações tem taxas de controle abaixo de 20%, principalmente em países de baixa e média renda. Entre os obstáculos estão: falta de políticas de prevenção; dificuldade de acesso a medidores de pressão; protocolos irregulares de tratamento; medicamentos caros e cadeias de suprimento instáveis.
Experiências internacionais mostram que é possível reverter o quadro. Bangladesh elevou o controle da hipertensão de 15% para 56% em algumas regiões com rastreamento e inclusão do tratamento nos serviços básicos. Já a Coreia do Sul alcançou 59% de controle em 2022 após reduzir o custo dos medicamentos e as taxas cobradas aos pacientes.