Gisela Simona defende lei para barrar agressores de cargos públicos
Redação
DEFESA
A deputada federal Gisela Simona (União) defendeu nesta quinta-feira (11) a criação de mecanismos legais que impeçam pessoas condenadas por violência contra mulheres de ocupar cargos públicos, sejam eles eletivos, de concurso ou por nomeação.
A fala ocorreu durante audiência pública que discutiu os elevados índices de feminicídio e violência doméstica em Mato Grosso. A parlamentar foi questionada sobre as acusações envolvendo o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) e o secretário de Segurança Pública, César Roveri. “Que seja de mandatário, de concurso público ou de nomeações, aqueles que têm condenação transitada em julgado por crimes contra mulheres não possam ter acesso a espaços públicos”, afirmou.
Debate amplo sobre feminicídio
Para Gisela, o enfrentamento à violência de gênero não pode se restringir ao aumento das penas, mas deve incluir ações preventivas e de responsabilização de autoridades.
“Essas discussões são importantes para encontrarmos soluções. À medida que entendemos a complexidade do problema, conseguimos avançar em legislações que atendam ao interesse da população”, disse.
A deputada citou iniciativas já apresentadas no Congresso, como:
criação de delegacias virtuais 24 horas;
atendimento humanizado às vítimas de violência sexual na Politec, com servidoras mulheres;
adaptação do canal 180 para atender mulheres com deficiência auditiva.
Segundo ela, o foco deve ser uma rede de proteção e acolhimento, que incentive as vítimas a denunciar.
Pauta suprapartidária
Questionada sobre a iniciativa da audiência, proposta pela deputada estadual Edna Sampaio (PT), Gisela reforçou que a luta contra a violência de gênero precisa superar divisões políticas.
“Estamos diante de uma epidemia. Essa causa não pode ser reduzida a disputas partidárias. Precisamos unir forças, do Executivo e do Legislativo, em todos os níveis, para que resultados apareçam na ponta”, declarou.
PEC da Segurança Pública
A deputada também destacou sua atuação na comissão que analisa a PEC da Segurança Pública no Congresso Nacional. Ela pretende apresentar emendas específicas voltadas ao combate da violência contra mulheres, além de ações direcionadas para enfrentar o alto número de estupros de crianças e adolescentes no país.
Para Gisela, a mudança cultural e a educação são fundamentais no enfrentamento à violência. “Nossa sociedade convive com isso desde o nascedouro. É estrutural. Precisamos tratar o tema nas escolas, dar visibilidade às penas já existentes e mostrar que agredir uma mulher não vai terminar com o agressor saindo pela porta da frente da delegacia”, concluiu.