Deputado critica prisão domiciliar de Bolsonaro e fala em “tratamento desigual” do STF
Redação
Reação
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), continua gerando reações em todo o país. Em Mato Grosso, um dos posicionamentos mais críticos veio do deputado estadual Júlio Campos (União Brasil), que classificou a medida como exagerada e comparou o cenário atual com o período do regime militar.
Durante pronunciamento nesta terça-feira (5), o parlamentar relembrou sua atuação política ainda nos anos 1970 para criticar o que considera uma escalada de rigor contra lideranças de direita. “Na época dos presidentes Médici e Geisel, quando fui prefeito, o regime era duro, mas não vi nada parecido com isso. Agora estão prendendo o ex-presidente porque ele atendeu uma ligação? Isso é exagero. Ele nem sequer estava proibido de dar entrevistas”, afirmou.
Júlio Campos também fez duras críticas ao tratamento dado pelo Judiciário aos envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, apontando desequilíbrios nas penas aplicadas. “Tem idoso condenado a 17 anos de prisão. Enquanto isso, quem desviou bilhões do INSS está solto. E os da Lava Jato, que foram perdoados? O Supremo não enxerga esses casos? Só o Bolsonaro e seus apoiadores?”, questionou o deputado.
Para ele, a Justiça tem adotado uma postura seletiva e parcial, com foco exclusivo sobre um lado do espectro político. O parlamentar defende que decisões como essa não contribuem para o fortalecimento das instituições democráticas. “O tratamento é desigual e injusto. Isso não fortalece a democracia, só aprofunda a polarização e alimenta a sensação de perseguição política”, concluiu.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada no contexto das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. A medida inclui o uso de tornozeleira eletrônica e restrição de contato com outros investigados. A defesa do ex-presidente já anunciou que recorrerá da decisão.