Justiça mantém preso ex-procurador acusado de matar morador de rua em Cuiabá
Redação
Prisão
A Justiça de Mato Grosso decidiu manter preso Luiz Eduardo de Figueiredo Rocha e Silva, ex-procurador da Assembleia Legislativa, acusado de matar com um tiro no rosto o morador de rua Ney Müller Alves Pereira. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (19) pela Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do estado (TJMT).
O crime aconteceu no dia 9 de abril, perto da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. De acordo com o Ministério Público, Luiz Eduardo teria perseguido Ney e o matado por vingança, acreditando que o homem em situação de rua havia danificado seu carro, uma Land Rover.
A defesa pediu a liberdade do acusado por meio de um habeas corpus, alegando que ele tem residência fixa, trabalha legalmente, nunca teve antecedentes criminais e se apresentou à polícia no dia seguinte, entregando a arma e o carro usados no crime.
Mesmo assim, o desembargador Gilberto Giraldelli, relator do caso, negou o pedido e manteve a prisão. Segundo ele, a gravidade do crime — cometido com arma de fogo contra uma pessoa vulnerável, seguido de fuga — justifica a prisão preventiva para garantir a ordem pública. Ele classificou o caso como um “flagrante impróprio”, já que houve uma investigação imediata após o crime.
A maioria dos desembargadores acompanhou o voto do relator, com exceção do desembargador Luiz Ferreira da Silva, que defendeu a substituição da prisão por medidas cautelares.
O Ministério Público denunciou Luiz Eduardo por homicídio qualificado, com agravantes de motivo torpe (vingança) e uso de meio que dificultou a defesa da vítima. O órgão também pediu que ele pague indenização por danos morais e materiais à família de Ney Müller.