'Enem dos concursos': vale a pena 'chutar' se não souber responder às questões do CNU?
Redação
CNU: Enem dos Concursos
Diferentemente do que é recomendado em algumas provas, no “Enem dos concursos”, o “chute” está liberado. O sistema de correção da Cesgranrio, banca responsável pelo exame, não prejudica quem utiliza essa estratégia para responder a alguma questão.
As provas do Concurso Nacional Unificado (CNU) serão realizadas neste domingo (18), de manhã e à tarde, em 228 cidades brasileiras.
No Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, o modelo adotado para corrigir a prova é a Teoria de Resposta ao Item (TRI), que, de certa forma, tenta detectar os “chutes” e beneficia quem realmente se preparou para o exame.
Com a TRI, se alguém acerta as questões mais difíceis, mas erra aquelas consideradas fáceis, tirará uma nota menor do que o aluno que foi mais "coerente" e só errou as complexas.
O Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), outra banca tradicional de concursos públicos, também utiliza um sistema para coibir os “chutes”.
No chamado “método Cespe”, não há alternativas (A, B, C, D e E). As questões exigem que o candidato responda apenas “certo” ou “errado”, e, a cada erro do candidato, uma resposta correta é anulada.
Mas no Concurso Nacional Unificado (CNU) não tem nada disso. O participante não vai perder pontos ao errar uma questão, nem pontuar menos se acertá-la "no chute".
Por isso, é importante que o candidato responda a todas as perguntas, mesmo que não saiba a alternativa correta, orientam especialistas em concursos públicos.
Veja técnicas para acertar o 'chute'
Deixe as questões mais difíceis para o final.
"Dá uma lida e, se não souber, passa para a próxima pergunta", orienta o professor Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos. "Porque o candidato pode se atrapalhar e acabar tendo que 'chutar' no final questões que poderia responder facilmente."
Após responder as questões das quais tem certeza, o participante pode fazer uma segunda tentativa para acertar as que não sabe, se houver tempo, ou, enfim, "chutar".
Perceba uma possível proporção.
Uma dica do especialista de aprendizagem Eduardo Cambuy, da Gran Cursos Online, é, antes do “chute”, o candidato verificar o que respondeu nas questões que ele tem mais segurança, para analisar uma possível proporcionalidade.
“Eu tenho dez questões de português, por exemplo, e eu marquei com certeza cinco. Se, nessas cinco, eu marquei as alternativas A, B e C; nas outras, vou preferir chutar D e E. A Cesgranrio normalmente faz essa proporção”, explica.
Fique atento a respostas "iguais".
A prova pode ter questões com alternativas cujas respostas são praticamente as mesmas, porém escritas de maneiras diferentes, comenta Cambuy. Nesses casos, essas opções não têm como serem as corretas, já que, se fossem, haveria mais de uma resposta certa para a mesma questão.
Ele explica: "Se tivesse uma questão perguntando qual é a cor do céu e, nas alternativas, as respostas fossem 'preto' e 'escuro', uma seria excludente da outra. 'Preto' e 'escuro' são bem próximos, então nenhuma poderia ser a resposta correta. Você já elimina duas alternativas."
Fuja da generalização.
"As alternativas podem ter palavras que generalizam ou restringem demais aquela situação, como 'só', 'apenas' e 'exclusivamente'. Quando isso acontece, a opção, normalmente, é falsa", alerta o especialista Eduardo Cambuy.
Procure correlações.
Outra dica do professor é buscar correlações entre os assuntos abordados na prova, numa tentativa de deduzir a resposta correta.
"Se o aluno estiver em dúvida sobre uma questão, ele pode tentar lembrar como aquilo funciona em outra matéria que ele sabe. E aí pensar: 'Olha, se no orçamento público, funciona desse jeito, na política pública, é assim'", aconselha Cambuy.
"Muitas vezes, os assuntos das questões também são conectados, então a resposta da pergunta de cima pode estar na de baixo, ou estar explicando alguma coisa que pode ajudar você a responder a anterior", completa.
Fonte: g1