Com viagra eletrônico, brasileiro quer acabar com constrangimento de homens com disfunção erétil na hora do sexo


Foto: Vera Atchou/AltoPress/PhotoAlto/AFP  - Foto: Foto: Vera Atchou/AltoPress/PhotoAlto/AFP Disfunção erétil atinge 150 milhões de homens e 30% não responde a tratamento com comprimidos
17/07/2024 às 08:32
Redação

Entenda

Não conseguir ter uma ereção na hora H é mais comum do que se imagina: estima-se que 150 milhões de homens no mundo passem por isso durante a relação sexual. Um novo dispositivo, criado por um brasileiro e atualmente em fase de testes, promete acabar com o problema da disfunção erétil apenas com o acionamento por controle remoto. 

Atualmente, o tratamento mais comum nesses casos é o uso do citrato de sildenafila ou a tadalafila, conhecidos comercialmente como Viagra e Cialis, respectivamente. Para se ter uma ideia, em 2023, o serviço de saúde britânico distribuiu mais de quatro milhões de medicamentos para disfunção erétil, um número recorde.

O problema é que, em 30% dos casos, os homens não respondem ao remédio e são necessários outros métodos, mais invasivos, e que expõem o paciente na hora do sexo: a injeção peniana e a prótese.

  •  A injeção peniana é a mais usada e estimula a circulação de sangue no pênis, levando a ereção. Ela precisa ser aplicada de cinco a quinze minutos antes do sexo. Ou seja, o paciente precisa fazer a aplicação quando já está perto de transar – o que pode gerar constrangimento.
  •  A outra opção é a prótese peniana. Em uma cirurgia, são implantados dois cilindros, que ficam ao longo do pênis, e uma bomba, que fica no saco escrotal. Tudo é feito por dentro da pele, mas para que o pênis suba, é preciso bombear o dispositivo na hora H.

"É um constrangimento porque nenhuma das duas opções é natural para a pessoa que tem a disfunção. Ter que bombear ou aplicar uma injeção na hora do sexo quebra o clima. A ideia do dispositivo é trazer conforto e discrição."
— Rodrigo Araújo, brasileiro envolvido na pesquisa.

Rodrigo começou a pesquisar a disfunção erétil há mais de dez anos. Nesse tempo, mudou-se para a Suíça e uniu-se a um outro pesquisador, Nikos Stergiopulos, para desenvolver um dispositivo que pudesse ajudar quem sofre com a doença. Assim, criaram o CaverSTIM.

Como vai funcionar o "viagra eletrônico"?

 O dispositivo funciona como se fosse um marcapasso. É um neuroestimulador em que os eletrodos são implantados na região pélvica e o estimulador entrega estímulos nos nervos que levam o estímulo da ereção. (Veja o vídeo do início do texto)

Nesta fase, ele está sendo testado para pacientes que tiveram câncer e precisaram retirar a próstata – o que pode causar a disfunção erétil. No entanto, no futuro, o dispositivo poderá ser usado por pessoas com disfunção erétil e pacientes com lesão medular.

  • Para pessoas que retiraram a próstata

No caso da cirurgia para a retirada da próstata, os nervos da região acabam sendo afetados de uma forma que não conseguem mais captar os estímulos. O dispositivo evita que isso aconteça.

 O “viagra eletrônico” é implantado no momento da cirurgia de próstata e funciona internamente, sem nada aparente. Ele vem com um controle remoto que, quando ativado, inicia o processo de estímulo.

No caso da cirurgia, o controle só é usado durante a fase de terapia dos nervos como uma reabilitação, por tempo determinado pelo médico. Ou seja, não é para sempre.

Os testes iniciais já mostram que os pacientes reabilitados com a terapia voltaram a ter ereção normalmente após a retirada da próstata e não precisam mais usar o controle.

  • Outros casos

Em outros casos, como de lesão medular, o dispositivo é implantado e funciona da mesma maneira, ativando os nervos da região. No entanto, ele não é usado como terapia, mas de forma contínua. Com isso, a pessoa sempre precisa ativar por controle remoto.

 Apesar de precisar ativar, o que os pesquisadores reforçam é que a ativação é discreta. É possível deixar o controle na mesa de cabeceira, por exemplo, mesmo local onde guarda camisinhas, e ativar discretamente enquanto pega um preservativo.

Fase de testes

O produto está na fase de testes, sendo usado por pacientes nos Estados Unidos, Austrália e Brasil. Atualmente, 12 pacientes receberam o dispositivo e estão com ele há pelo menos seis meses.

Segundo os pesquisadores, não houve efeito colateral e a fase inicial foi considerada um sucesso. A próxima etapa é expandir o teste para 150 homens. A expectativa é de que ele seja apresentado aos órgãos reguladores para ir ao mercado até 2027.

"É mais discreto, não gera um constrangimento para o paciente, uma quebra no clima na hora da relação e uma exposição de uma doença que é estigmatizada. A nossa proposta é revolucionar o tratamento pós cirurgia de próstata, mas também mudar a realidade dos homens que sofrem com a doença."
— Rodrigo Araújo, brasileiro envolvido na pesquisa.

Fonte: g1

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