"É um absurdo", dispara Barranco sobre a atual lei de gênero na enfermagem
Fabio Luz
Lei de gênero na enfermagem
A polêmica lei de gênero da enfermagem, sancionada pelo governador Mauro Mendes, em junho, tem causado controvérsia na casa legislativa de Mato Grosso. Controvérsia que, segundo deputados importantes, poderá ser mais simples de se resolver por há um esforço coletivo entre os deputados, dentro da casa, para a revogação da lei.
Nesta quarta-feira (10), os deputados se reuniram para discutir a revogação da polêmica lei 12.542, sancionada, no dia 11 de junho, pelo governador Mauro Mendes (União), a qual versa sobre “os cuidados íntimos como banho, troca de roupas e fraldas e ajuda para ir ao banheiro, devem ser realizados, exclusivamente, por enfermeiros do mesmo sexo que o paciente”.
De autoria do deputado estadual Sebastião Rezende (União), a lei de gênero na enfermagem foi amplamente criticada pelo Conselho Federal de Enfermagem e o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT) por eventuais prejuízos à população do estado, sobretudo pacientes homens. A lei, da atual forma como está concebida, deverá ser tema de intenso debate objetivando a sua revogação como inconstitucional.
Um dos críticos mais mordazes da atual lei é o deputado estadual e segundo-secretário da ALMT, Valdir Barranco (PT), que, ao ser questionado sobre sua posição em referência a controvertida lei, dispara que esta é um absurdo e sugere concordar com as críticas do Coren-MT de que tal lei não contempla a realidade do sistema de saúde público nem do estado nem do Brasil, composta, na área de enfermagem, majoritariamente por mulheres enfermeiras, e relata um caso pessoal do assunto.
“É um absurdo! Há um esforço aqui na casa bastante concentrado para que nós possamos revogar essa lei. Eu, por exemplo, passei pela Covid e fiquei em UTI muito tempo, depois em recuperação e quem me atendia na maioria das vezes, o número maior eram as mulheres, as enfermeiras; então são profissionais exímias, e da mesma forma os homens ao atenderem as mulheres são preparados para isso também e não há que querer se segregar, como se meninos só pudessem vestir azul e as meninas somente o cor-de-rosa", comenta o deputado.
Barranco está convencido de que será revogada em breve: “[...] Mas eu acredito que será revogada, que pelo menos ontem vários deputados estavam imbuídos dessa tarefa”, disse. Está confiante de que os deputados majoritários irão trabalhar no sentido da derrubada da lei.