Cólicas menstruais e exercícios: saiba como o treino pode ser o melhor tratamento para dores


31/05/2024 às 11:30
Redação

Entenda

Somente as mulheres que sofrem com cólicas menstruais sabem o quanto essas dores podem atrapalhar a rotina, o humor e a nossa produtividade em tarefas simples do dia a dia, até a prática de exercícios. É difícil ser você mesma ou ser sua “melhor versão” —já que está na moda falar isso… 

É ainda mais difícil driblar isso quando a rotina de vida demanda que você se mantenha “normal” fazendo tudo o que tem ser feito mesmo sentindo, fisicamente, pontadas na barriga e peso nas costas. Mas saiba que essas dores e sintomas podem ser amenizados com uma rotina de vida que inclua exercícios —mesmo que pareça algo impossível nessa fase!

O exercício é indicado durante a menstruação, mas principalmente para prevenir os sintomas menstruais que vão além da cólica, como também as dores de cabeça, na coluna e na pelve.

Mas por que fico tão cansada durante a menstruação?

É comum se sentir indisposta, inchada, fraca e com o corpo dolorido nesse período. A sensação é de que queremos ficar só debaixo das cobertas até a menstruação acabar. Afinal, há uma série de alterações hormonais relacionadas a esses sintomas que podem te deixar mais quietinha. 

A cólica menstrual, também chamada de dismenorreia, leva a desconfortos na região abdominal baixa, podendo irradiar para as coxas, lombar e quadril. Sim, ao contrário do que os homens pensam, as dores menstruais não se localizam somente no abdômen, mas em todo o corpo e regiões que se relacionam e comunicam com o útero. 

Os sintomas aparecem normalmente um dia antes ou no primeiro dia do fluxo menstrual. Inclusive, esse desconforto pode até sinalizar à mulher que se conhece bem o início do seu ciclo, principalmente quando vem acompanhada da famosa TPM.

Vamos lembrar das alterações fisiológicas que ocorrem no nosso corpo:

1- Há aumento dos níveis de prostaglandina nos dois primeiros dias, causando aumento do tônus uterino e hipercontratilidade uterina, resultando em uma retenção de resíduos do fluxo menstrual e aumento da inflamação.

2- Baixos níveis de estrógeno e progesterona, diminuindo a capacidade de concentração e fadiga.

3- Redução do fluxo sanguíneo e consequente isquemia.

E a cerejinha do bolo: estamos com as emoções à flor da pele, irritabilidade e melancolia. O desempenho do sistema nervoso central parece trabalhar em outras velocidades. Além disso, ficamos mais sensíveis às sensações álgicas. Por isso, muitas mulheres ficam super tensionadas em postura antálgica, com a presença de pontos gatilhos miofasciais no corpo todo  —o que, claramente, intensifica ainda mais a dor. 

Fatores como dieta, sedentarismo, peso, idade, características do ciclo menstrual, hábitos de vida, estresse e ansiedade podem ainda aumentar esses sintomas.

A cólica menstrual

A cólica menstrual, dismenorreia, causa desconfortos, como já dito, em diferentes partes do corpo. Os sintomas aparecem normalmente um dia antes ou no primeiro dia do fluxo menstrual e, por isso, a mulher sabe o início do seu ciclo, principalmente quando acompanhados da famosa TPM.

Dismenorreia pode ser dividida em dois tipos, a dismenorreia primária ou secundária.

  • A primária é caracterizada por dor relacionada à menstruação sem causa patológica, muitas vezes ocorre na adolescência. 
  • Já a dismenorreia secundária decorre de alguma patologia pélvica presente que causam dores mais intensas e aqui entram a endometriose, os miomas ou os pólipos endometriais, por exemplo. Nestes casos, é necessário o acompanhamento médico para investigar e tratar esses sintomas.

O exercício físico como tratamento das dores menstruais

American College of Obstetrician and Gynecologists recomenda o exercício regular como opção de tratamento não medicamentoso, melhorando tanto os desconfortos das cólicas menstruais como também os sintomas da TPM.   

Benefícios dos exercícios:

  1. Aumento da vasodilatação: melhora da irrigação dos tecidos e funcionamento dos órgãos pélvicos, diminuindo as contrações do útero e aliviando as cólicas.
  2. Liberação de endorfinas: atuam como efeito analgésico não só melhorando os sintomas de dor, como também melhoram o humor e a sensação de bem-estar.
  3. O organismo vai modulando a produção de algumas substâncias que promovem inflamação e dores. 

O exercício físico regular age como fator amenizador das prostaglandinas e, dessa forma, diminui as sensações dolorosas pré-menstruais e menstruais.

Quais exercícios são mais indicados para quem sofre com cólicas menstruais?

Os exercícios mais indicados são aqueles que trabalham mobilidade, alongamento e fortalecimento, principalmente da região pélvica. Há estudos que comprovam a eficácia do pilates na melhora significativa da qualidade de vida, capacidade funcional, além da diminuição dos sintomas de dores em mulheres com cólicas menstruais.  

pilates é uma técnica dinâmica, e tem como objetivo promover alongamento, flexibilidade, mobilidade e força muscular. Há um enfoque importante de trabalhar o centro de força, que chamamos de core, essencial para o controle e estabilidade da nossa postura estática e dinâmica, contribuindo para a melhora dos desvios posturais e redução da dor

dança do ventre, também tem sido uma modalidade recomendada por estar relacionado a exercícios focados na mobilidade da região pélvica, como inclinação anterior e posterior da pelve, rotação para frente e para trás. A abordagem dos exercícios focados nessa região, permite que os órgãos internos sejam mobilizados, diminuindo a tensão muscular local e melhorando a circulação sanguínea na região pélvica.

Mas se você sente essas dores da menstruação, então…

Um sinal de alerta é quando os sintomas atrapalham sua rotina, não hesite em passar por mais uma consulta com sua ginecologista. É muito importante falar sobre seus sintomas e investigar a causa das cólicas e dores.

Caso seja orientada a uma atividade física, destaco a importância do tipo de exercícios dentro das condições físicas de cada mulher —o que será algo particular, sendo o mais importante se manter consistente nos exercícios. 

Mas para tratar uma dor causada por endometriose ou qualquer disfunção pélvica, é preciso tratar com uma fisioterapeuta pélvica. Em especial em casos mais agudos, é um grande aliado, com cinesioterapia (exercícios) focados na região perineal, somado a técnicas de terapia manual, que atuam inibindo a transmissão da dor e liberação de contraturas musculares. 

A fisioterapeuta especialista em saúde pélvica, Dra Juliana Satake, sócia da Saúde da Mulher na Clínica La Posture relata que as pacientes com endometriose sofrem e têm dores crônicas que parecem ser localizadas na coluna e quadril, mas que se relacionam intimamente à própria endometriose e que, por isso, precisam ser tratadas pela raiz (causa) do problema.

O tratamento fisioterapêutico sem foco pélvico pode não gerar a resposta esperada no tratamento. Procure sempre por sua médica ginecologista para fazer um check-up, avaliando se a dismenorreia possui uma causa secundária que deve ser investigada, tratada e acompanhada por fisioterapeutas especialistas.

Fonte: IstoeBemEstar

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