‘Priscilla – A Rainha do Deserto’: escalar Gianecchi foi um erro?


21/05/2024 às 08:52
Redação

Famosos

“Priscilla, a Rainha do Deserto – O Musical” está a todo vapor com novidades de sua montagem inédita, que fará temporada no Teatro Bradesco, em São Paulo, a partir de 7 de junho. O público irá dançar, cantar, rir e se emocionar. Com uma trilha sonora de tirar o fôlego, o musical é uma verdadeira jukebox recheada de hits como “I Will Survive”, “I Say A Little Prayer”, “Go West”, “Can’t Get You Out Of My Head”, “True Colors”, “Always On My Mind”, “I Love The Nightlife”, “Girls Just Wanna Have Fun”, entre outros.

O musical é baseado no filme clássico de 1994, do diretor Stephan Elliott, e conta a história de duas drag queens e uma mulher transexual que são contratadas para fazer um show em pleno deserto australiano. Para chegar até lá, elas vão a bordo do ônibus intitulado Priscilla, e encaram diversos desafios e aventuras durante a viagem até o destino final.

Na peça, Reynaldo Gianecchini dará vida a Anthony “Tick” Belrose, performer e drag queen, que possui o nome artístico Mitzi Mitosis. Diego Martins será Adam Whiteley, também conhecido como Felicia. Já as atrizes Verónica Valenttino e Wallie Ruy irão se revezar para interpretar o poderoso papel de Bernadette Bassenger.

Gianecchini criticado

Porém, desde que foi anunciada, a escalação e Reynaldo Gianecchini vem dando o que falar entre os internautas, que não o julgaram a melhor escolha para o papel, principalmente para dar ida a uma drag queen.

“Nossa péssima escolha! Tantas drags que atuam super bem! Essa gay que nunca apoiou a causa LGBTQ+ vai ganhar dinheiro com o pink money”, “Péssima escolha! Um papel tão icônico e importante pra comunidade e escalam um cara que não faz questão de levantar a bandeira da própria comunidade que faz parte. Além disso ainda é péssimo ator”, “A beecha padrão e vibe machinho fazendo o papel de drag Queen enquanto MILHARES de artistas drag estão na espera por oportunidades”, foram algumas das declarações feitas.

Todavia, muita gente defende que isso não é o principal. E levantou uma dúvida ao OFuxico: como era o elenco no filme e montagens teatrais já realizadas pelo mundo?

Filme foi inspirado pelo Brasil

Muita gente não sabe, mas “Priscilla, a Rainha do Deserto”, surgiu graças ao Brasi. Em entrevista a UOL em 2021, o autor da obra, Stephan Elliot, contou que o enredo que originou o filme e o musical, foi inspirado em uma drag queen brasileira.

O escritor estava no Brasil para curtir o Carnaval do Rio de Janeiro de 1989, quando viu uma drag no meio da multidão e pensou: “Tenho que levar uma drag para o deserto da Austrália”. Aliás, nessa época ele conheceu Wil Bevolley, com quem engatou um relacionamento e casou-se anos depois.

Com isso, já mostra que tantos as inspirações quando as pessoas envolvidas na criação da obra têm raízes e sementes brasileiras, tornando Priscila a “” de certa forma. Isso por si só já conecta as obras, afinal, uma peça brasileira é o mínimo depois de sabermos disso, não é mesmo?

Elenco do filme de “Priscilla, a Rainha do Deserto” e adaptações teatrais

“Priscilla, a Rainha do Deserto” foi lançado em 1994, trazendo a história que citamos na abertura deste texto. O elenco, apesar de elogiadíssimo e com performances até hoje comentadas, não seguia o que hoje o público cobra em relação à escalação.

Quem fez a transexual Bernadette foi Terence Stamp, um homem cisgênero. Anthony/Mitzi e Adam/Felicia fora, respectivamente, interpretados por Hugo Weaving e Guy Pearce, que até onde se sabe e foi dito, são heterossexuais. Nnenhum deles, aparentemente, pertencia ou pertencem à comunidade LGBTQIAPN+.

“Priscilla, a Rainha do Deserto – O Musical” teve sua primeira adaptação para os palcos em 2006, e tem sido sucesso em inúmeros países, como Inglaterra (West End), Austrália, Canadá, Itália, Suécia, Argentina, Grécia, Filipinas, Singapura, Coréia do Sul, Espanha, Itália, Japão, França, África do Sul, Hong Kong, Alemanha, Áustria, Finlândia, Polônia, além de turnês pelo Reino Unido e Estados Unidos.

O musical também ficou por mais de um ano em cartaz na Broadway, onde contou com mais de 500 apresentações. Aliás, nos anos 2010, Brasil também recebeu uma adaptação antes da que estreará em algumas semanas, estrelada por Luciano Andrey (Mitzi), Ruben Gabira (Bernadete) e André Torquato (Adam). Novamente, não são drag queens/trans.

Ou seja…

Comparando com outras versões de “Priscilla – A Rainha do Deserto”, a escalação de Reynaldo Gianecchini não está fora do padrão, aliás, ele sendo parte da comunidade LGBTQIAPN+, mesmo que não fale tanto do assunto como alguns acusam, já é um passo maior na representatividade.

Porém, essas montagens e filme foram feitos anteriormente, em uma época que diversidade e representatividade não era discutida com tanta atenção, então era comum escalações de pessoas n]ao pertencentes a um grupo “minoritário” serem escalados. Ainda, há quem defenda que um ator deve atuar e ponto.

Então, as críticas a Reynaldo Gianecchini até possuem fundamento, mas não são a regra, ainda mais comparando com a própria obra em questão…

Fonte: Ofuxico

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