Presidente do TCE afirma que VG só destrava com intervenção do Estado
Redação
Caos na Saúde
Uma fala contundente do presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) colocou Várzea Grande sob um sinal de alerta institucional. Em plenária realizada nesta terça-feira, o conselheiro afirmou que o município chegou a um nível tão crítico de paralisia administrativa que apenas uma intervenção estadual seria capaz de recolocar a cidade nos trilhos.
Com tom firme e amparado pela autoridade do cargo, o presidente do TCE destacou que sua análise não é apenas técnica — é também pessoal.
“Sou mato-grossense, cuiabano e várzea-grandense. E eu falo como cidadão”, enfatizou.
Segundo ele, a ruptura entre a prefeita, o vice-prefeito e a Câmara Municipal criou um bloqueio político que impede qualquer avanço.
“Já se formou um abismo. Com esses engenheiros, eles não vão conseguir construir uma ponte, porque cada um puxa para um lado”, criticou, comparando o cenário ao antigo conflito entre Mauro Mendes e Emanuel Pinheiro, que travou projetos em Cuiabá.
Crise no DAE evidencia colapso administrativo
O presidente também chamou atenção para a situação dramática do Departamento de Água e Esgoto (DAE-VG), que acumula dívidas e enfrenta falhas constantes no abastecimento.
“Falta água a semana inteira. Queima uma bomba naquele TIE e ninguém resolve. O DAE paga hoje um milhão por mês de energia elétrica atrasada. Um milhão por mês”, lamentou.
Para ele, a crise hídrica é apenas um dos sintomas de uma administração incapaz de responder aos problemas básicos da população.
Intervenção seria a única solução
O presidente do TCE foi direto ao avaliar que somente a intervenção estadual poderia reorganizar a cidade — como ocorreu na saúde de Cuiabá.
“O que Várzea Grande precisa é de uma intervenção do Estado. Porque a situação não tem caminhos. Vamos ter mais 10, 15, 20 anos e ela vai continuar do mesmo jeito”, declarou.
Ele reforçou que o Tribunal está disposto a contribuir com o processo. “Assim como contribuímos para resolver grandes problemas em Cuiabá, também vamos ajudar em Várzea Grande. Não adianta fingir que não está vendo.”
A fala do presidente do TCE não abre processo formal de intervenção, mas cria um ambiente de pressão sem precedentes num momento em que: a prefeita e vice não dialogam, a Câmara emperra projetos essenciais, o DAE vive crise financeira e operacional, e a população sofre com falta de água e serviços básicos.