Deputados criticam decretos de demarcação e pedem reação do Congresso
Redação
Debate
Os deputados estaduais Dilmar Dal Bosco (União) e Valmir Moretto (Republicanos) utilizaram a tribuna da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (19) para manifestar forte oposição aos decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relacionados à demarcação de terras indígenas.
Segundo os parlamentares, as medidas foram publicadas sem diálogo com os estados e criam um ambiente de insegurança jurídica, especialmente para famílias que dependem diretamente da atividade agropecuária em Mato Grosso.
Dilmar Dal Bosco classificou as normas como uma decisão “arbitrária” e afirmou que o governo federal ignora os principais setores impactados.
“São decisões tomadas de Brasília, sem ouvir quem vive na realidade do campo. Prefeitos, produtores, câmaras municipais e trabalhadores sequer foram consultados. Um estado que contribui com quase 30% do PIB do país não pode ser tratado assim”, declarou.
O parlamentar acrescentou que lideranças estaduais e federais já discutem estratégias para frear os efeitos dos decretos.
“Vamos intensificar a atuação da Frente Parlamentar da Agropecuária e construir um Decreto Legislativo que suspenda essa medida. É completamente possível garantir a proteção dos povos indígenas sem destruir a segurança jurídica de quem produz e sustenta a economia dos municípios”, afirmou.
Valmir Moretto seguiu a mesma linha e acusou o governo federal de agir sem planejamento. Para ele, o impacto recai diretamente sobre trabalhadores rurais e pequenos produtores.
“Famílias inteiras podem ter suas atividades paralisadas da noite para o dia. Tem gente que corre risco de perder tudo e precisar buscar emprego na fazenda vizinha para sobreviver. Um assunto dessa importância não pode ser tratado no improviso”, criticou.
Ambos reforçaram que o tema exige debate amplo, transparência e equilíbrio entre proteção ambiental, direitos indígenas e segurança de quem vive da produção agrícola.