Jovens que estudam e trabalham falam sobre a rotina para conciliar a escola e o emprego: 'A gente precisa fazer esse sacrifício'


18/11/2023 às 09:15
g1

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O termo “jovens nem-nem” se popularizou para falar daquele público ainda na juventude que “nem trabalha, nem estuda”. Contudo, do outro lado da moeda, estão milhões de jovens e adolescentes com a responsabilidade de estudar e trabalhar ainda enquanto fazem, por exemplo, o ensino médio. Para eles, ainda não há popularização nem de termos, nem de atenção.

O Brasil registrou quase 8 milhões de jovens entre 15 e 29 anos estudando e trabalhando em 2022, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O número (7.693.000) representou 15,7% da população nessa faixa etária. Da necessidade de uma renda para sobreviver à vontade de entrar no mercado de trabalho, os motivos se diferenciam para este público. No entanto, entre as semelhanças, está a rotina atarefada.

É o caso de Luís Henrique da Silva Alves, de 18 anos. Ele faz curso técnico em hospedagem em uma escola profissionalizante de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, e estagia em um hotel na Praia de Iracema, na capital, como parte obrigatória da formação curricular. No mesmo local, ele também atua como contratado do estabelecimento.

“A gente precisa fazer esse sacrifício para poder estudar e trabalhar. Eu procurei ao máximo me esforçar e correr atrás do meu sonho. Mas eu sei que muitos jovens não têm a condição de só estudar. A gente tem muita desigualdade social. Muitos jovens estudam e trabalham porque precisam trabalhar. É preciso pensar por esse lado também”, declarou o jovem.

Luís Henrique acorda ainda na madrugada para o primeiro dever do dia: o terceiro ano do ensino médio na Escola Profissionalizante Marly Ferreira Martins. Depois, ele se desloca cerca de 20 km, entre Fortaleza e Caucaia, para mais dois afazeres: o estágio e o emprego, ambos em um hotel da orla fortalezense.

O estudante não nega que a rotina de escola, estágio e trabalho prejudica a preparação para uma das provas quase obrigatórias na trajetória de todo aluno: o vestibular. “Fica muito complicado para quem pensa em passar no vestibular. Muito mesmo. Eu tento me preparar o máximo que posso. Por mais que você queira, você não consegue porque o físico, o corpo não aguenta”, lamentou o jovem.

“Quando eu saio só do estágio, eu até tento revisar as matérias. Mas quando eu saio 23h do trabalho, aí fica bem mais difícil. Eu só chego em casa, tomo banho e vou dormir porque, no outro dia, 5h já tenho de me preparar para a escola de novo”, complementou Luís Henrique.

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