Deputado estranha retorno de Derrite para relatar PL que trata facções como terrorismo
Redação
Em votação
O deputado federal Juarez Costa (MDB) avaliou como inusitada a decisão do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) de deixar o comando da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para reassumir seu mandato exclusivamente com a missão de relatar o projeto que pretende classificar facções criminosas como organizações terroristas — proposta que agora tramita sob o nome de Marco Legal de Combate ao Crime Organizado.
Para Juarez, o movimento levanta questionamentos sobre a condução do tema em Brasília. “É algo muito estranho. Há tantos deputados competentes para assumir essa relatoria, e ele deixa a Secretaria só para isso. Acaba gerando confusão novamente”, declarou nesta sexta-feira (14).
O parlamentar preferiu não entrar no mérito do texto, destacando que o projeto ainda deve passar por novas alterações antes de ser votado em plenário. “Não dá para opinar agora, porque muitas mudanças ainda vão ocorrer”, disse. Ele reforçou a necessidade de que a discussão seja técnica e sem interferências eleitorais. “A polarização tem atrapalhado. O essencial é manter a calma e votar aquilo que realmente atende aos interesses da sociedade.”
Juarez admitiu, contudo, que o debate está diretamente contaminado pelo cenário pré-eleitoral. “Claro que há contaminação. Política é disputa: ganhou, trabalha; perdeu, reflete e segue. Mas essa polarização exagerada tem atrapalhado bastante”, avaliou.
De acordo com informações da CNN, Derrite segue confiante na aprovação do texto e afirma contar com votos suficientes para levar o projeto adiante. O relator espera o apoio integral da bancada do PL e parte da base governista, após negociações com o Palácio do Planalto. Mesmo com pedidos para ampliar o prazo de discussão, ele mantém a previsão de votação para terça-feira (18).
Derrite não deve divulgar um novo parecer. Até agora, quatro versões foram produzidas, e a orientação é que novas sugestões sejam encaminhadas até segunda-feira (17), para serem debatidas e votadas diretamente em plenário por meio de emendas e destaques.