Ex-procurador do INSS é preso por esquema de propina
Redação
FRAUDE NO INSS
O ex-procurador-chefe do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, foi preso nesta quinta-feira (13), em Curitiba, após a Polícia Federal apontar que ele teria recebido cerca de R$ 6,5 milhões em propina entre 2022 e 2024. Os pagamentos, segundo as investigações, foram feitos por meio de empresas de fachada controladas por Cícero Marcelino, ex-procurador-geral do INSS.
A PF identificou, por meio de interceptações telefônicas, o uso de codinomes como “Herói V”, “Amigo V” e “Procurador” em conversas entre Cícero e Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer, apontado como um dos líderes do esquema.
A prisão faz parte de uma nova etapa da Operação Sem Deconto, que apura fraudes bilionárias envolvendo descontos associativos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas. Virgílio foi afastado do cargo em abril e chegou a depor na CPMI do INSS em outubro.
Segundo a investigação, o ex-procurador teria validado um parecer técnico que permitiu a liberação em massa de benefícios para a realização de descontos associativos, atendendo a um pedido da Contag, uma das entidades investigadas. A PF também aponta que sua esposa e uma empresa ligada ao casal receberam valores expressivos de companhias associadas a Antonio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, além de repasses a outros membros da família.