Mauro descarta confronto e alerta para impacto bilionário de reajuste do Judiciário
Redação
Defesa
O governador Mauro Mendes (União) afirmou nesta quarta-feira (6) que não pretende entrar em confronto com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) em relação ao projeto que prevê reajuste salarial para servidores do Judiciário, atualmente em análise na Assembleia Legislativa (ALMT).
Segundo Mendes, a discussão é legítima e deve ocorrer dentro dos limites democráticos. “É uma discussão legítima e democrática da Assembleia, como é legítimo e democrático que eu faça minhas análises e tome minhas decisões”, declarou.
Questionado sobre suposta interferência do Executivo nos demais poderes, o governador reagiu: “Quem está dizendo isso? Que apresentem denúncia, que provem”.
Diante da ameaça de greve dos servidores, Mendes foi direto: “Com o governador Mauro Mendes, ameaça não funciona. Se funciona em algum lugar, eu não posso responder. Comigo, não funciona”.
O chefe do Executivo reforçou a preocupação com o impacto financeiro da proposta, que, segundo estimativa do secretário da Casa Civil, Fábio Garcia, poderia chegar a R$ 1,6 bilhão caso o aumento se estenda aos demais poderes. “Se der 7% para o Judiciário, por que a Assembleia, o TCE, o MP e o Executivo não vão querer? E, para pagar, teremos que cortar verbas de prefeituras, escolas, estradas, imprensa”, alertou.
Mendes afirmou que não pretende criar novos impostos para bancar o reajuste. “Eu não vou mandar projeto para criar imposto novo. Se criar despesa nova, vai ter que cortar investimento”, disse, defendendo a responsabilidade fiscal.
O governador ainda comparou os salários médios do Executivo e do Judiciário e destacou que o dinheiro público deve ser tratado com seriedade. “O dinheiro não é meu, é do cidadão. Eu posso até fazer uma consulta pública: se o cidadão de Mato Grosso quiser que eu aprove, eu aprovo. Eu fui eleito para cuidar do dinheiro dos mato-grossenses”, concluiu.