Tragédia reacende debate sobre uso de cerol e linha chilena
Redação
Projeto de Lei
A morte do menino Davi Almeida Franco, de apenas 9 anos, atingido no pescoço por uma linha cortante de pipa enquanto andava de bicicleta em Várzea Grande, provocou comoção e mobilização no Legislativo. Em meio à dor e à indignação, vereadores e deputados apresentaram novos projetos que endurecem as regras contra o uso, fabricação e venda de cerol e linha chilena, além de responsabilizar pais e responsáveis por menores flagrados com o material.
O vereador Caio Cordeiro (PL) propôs, na Câmara de Várzea Grande, multas que variam de 25 a 100 UPFs/VG — com valores dobrados em caso de reincidência — e destinação dos recursos ao Fundo Municipal da Infância e Adolescência (FIA). Já na Assembleia Legislativa, o deputado Wilson Santos (PSD) apresentou projeto semelhante, que prevê multa e encaminhamento ao Conselho Tutelar, além de advertência e participação dos pais em programas educativos.
O parlamentar lamentou a tragédia e criticou a falta de fiscalização. “É uma vida perdida de forma absurda, por motivos banais. Uma criança brincava perto de casa e acabou morrendo na hora. Precisamos agir para que isso nunca mais aconteça”, disse Wilson Santos.
A morte de Davi ocorreu no domingo (26), e, no mesmo dia, a Guarda Municipal de Várzea Grande iniciou a Operação Céu Azul, voltada à fiscalização e à conscientização sobre os riscos do cerol e da linha chilena.
Em Cuiabá, a comercialização e o uso desses materiais já são proibidos por leis municipais desde 2003 e 2021, com multas que podem chegar a R$ 5 mil para comerciantes e R$ 1 mil para quem for flagrado empinando pipa com linha cortante. Nos casos envolvendo menores, os pais respondem pelas infrações.
A tragédia reacendeu a discussão sobre o perigo das linhas cortantes e a necessidade de políticas públicas mais efetivas para proteger vidas e reforçar a fiscalização.