Janaina Riva enfrenta desafios em projeto ao Senado
Redação
ELEIÇÕES
A deputada estadual Janaina Riva (MDB), que se apresenta como pré-candidata ao Senado em 2026, terá de superar resistências e estigmas políticos para consolidar seu projeto. Herdeira da trajetória do pai, o ex-deputado José Riva, que presidiu a Assembleia Legislativa de Mato Grosso por duas décadas, a parlamentar tenta construir uma imagem independente, mas ainda enfrenta o peso das associações familiares.
A trajetória do pai é marcada por tentativas frustradas de disputar cargos majoritários. Em 2002, José Riva precisou desistir da candidatura ao Senado devido às regras da verticalização partidária, que obrigavam alianças estaduais a seguirem o mesmo padrão nacional. Já em 2014, foi impedido de disputar o governo do Estado pela Lei da Ficha Limpa, devido a condenação por improbidade administrativa. Na ocasião, lançou sua esposa, Janete Riva, que ficou em terceiro lugar na eleição, com 9,92% dos votos válidos.
Agora, Janaina tenta se firmar como liderança autônoma dentro do MDB, mantendo o discurso de pré-candidatura ao Senado. No entanto, nos bastidores, aliados admitem que a viabilidade eleitoral é limitada. Pesquisas internas indicam resistência do eleitorado a candidatos ligados a famílias com histórico de escândalos políticos.
Outro fator que pode dificultar a estratégia da deputada é a possível candidatura do sogro, senador Wellington Fagundes (PL), ao governo do Estado. A movimentação é vista como um risco político para Janaina, já que reforçaria a imagem de um projeto familiar concentrado em poder, o que não teria boa aceitação entre lideranças regionais e parte do eleitorado.
Entre aliados, o consenso é de que, para avançar, Janaina precisará mostrar autonomia política, consistência de propostas e renovação de imagem, distanciando-se do legado de seu pai e apresentando um projeto que dialogue com os novos anseios do eleitor mato-grossense.