Servidores de MT terão suspensão de empréstimos consignados até fevereiro de 2026
Redação
DECISÃO TCE
Os empréstimos consignados se tornaram um dos principais problemas financeiros dos servidores públicos de Mato Grosso. Taxas que ultrapassaram 120% ao ano levaram milhares de trabalhadores ao endividamento e ao comprometimento quase total dos salários.
Para enfrentar a crise, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), o Ministério Público e a Assembleia Legislativa uniram esforços e anunciaram medidas emergenciais. Nesta segunda-feira (6/10), o presidente do TCE, conselheiro Sérgio Ricardo, confirmou que os servidores terão suspensão total das cobranças até fevereiro de 2026.
“O servidor não vai pagar nada até o Natal, nem em janeiro e fevereiro. Eles precisam respirar e ter dignidade para viver”, afirmou Sérgio Ricardo.
Levantamento do TCE aponta mais de 90 mil contratos firmados, sendo cerca de 60 mil com irregularidades como ausência de assinaturas e juros abusivos. Foram identificadas taxas de até 5,5% ao mês, que o conselheiro classificou como exploração financeira.
O plano prevê: anulação de parcelas vencidas; revisão de juros; redução do saldo devedor; renegociação com prazos mais longos e juros simbólicos.
Também está em estudo a criação de uma linha de crédito pública, financiada com fundos estaduais, para substituir o sistema atual. “Temos mais de R$ 200 milhões parados em fundos. Esse recurso pode ser usado para oferecer empréstimos a juros sociais, sem exploração”, destacou Sérgio Ricardo.
A Assembleia Legislativa deve votar, ainda nesta semana, um pacote de leis que regulamenta o novo modelo e endurece as regras para empresas credenciadas.
Segundo Sérgio Ricardo, o objetivo é “acabar com a vergonha dos consignados” e devolver equilíbrio financeiro às famílias atingidas.