Carne bovina tem melhor semestre da história, mas setor acende alerta com tarifa dos EUA
Redação
CRESCIMENTO
O Brasil registrou o melhor semestre da história nas exportações de carne bovina, com 1,7 milhão de toneladas embarcadas entre janeiro e junho de 2025 — um aumento de 17,3% em volume e 28% em receita na comparação com o mesmo período de 2024. Os dados são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), com base em informações da Secretaria de Comércio Exterior.
O destaque foi o mês de junho, com 341,5 mil toneladas exportadas e R$ 8,33 bilhões em faturamento.
Apesar do bom desempenho, o setor já sente os efeitos da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. O país foi um dos principais compradores no semestre, com 411 mil toneladas importadas, alta de 85,4% em relação ao ano anterior.
A Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) reconhece o impacto, mas descarta um prejuízo estrutural. “É uma preocupação, mas temos mais de 160 mercados ativos. Podemos redirecionar o volume com certa facilidade”, avaliou a entidade. Ainda segundo a Assocon, o maior prejudicado será o próprio consumidor americano, que enfrenta alta de preços e queda na oferta interna.
A China manteve a liderança entre os compradores da carne brasileira, com 631 mil toneladas importadas no semestre — o que representa 43% da receita total e 37,4% do volume exportado. Outros países também ampliaram suas compras, como México e Chile.
“O Brasil tem qualidade, escala e capacidade de adaptação. Vamos continuar abastecendo o mundo, mesmo diante de barreiras pontuais”, concluiu a Assocon.