Wellington atribui episódio da tornozeleira de Bolsonaro a abalo emocional pós-pandemia
Redação
Opinião
O senador Wellington Fagundes (PL) saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro ao comentar o episódio em que ele tentou manipular a tornozeleira eletrônica. Para o parlamentar, a atitude do ex-chefe do Executivo deve ser interpretada à luz de um quadro emocional fragilizado, agravado pelos impactos psicológicos que — segundo ele — ainda afetam grande parte da população após a pandemia de covid-19.
As declarações foram feitas após a audiência de custódia realizada no domingo (23), quando Bolsonaro afirmou ter vivido um “surto” decorrente do uso de medicamentos para ansiedade e depressão. No depoimento, revelou fazer uso de substâncias como pregabalina e sertralina, relatou noites mal dormidas e explicou que, nesse estado, acabou utilizando um ferro de solda para mexer no equipamento. Ele negou qualquer intenção de fuga.
Fagundes reforçou a narrativa apresentada pelo ex-presidente e defendeu que o episódio precisa ser analisado com compreensão.
“Ele mesmo relatou que tomou remédios e estava emocionalmente abalado. É evidente que, em condições normais, alguém não teria esse tipo de atitude”, afirmou o senador.
O parlamentar ressaltou ainda que Bolsonaro estava sozinho no momento e assumiu a responsabilidade pelo ocorrido.
“Ele admitiu claramente o que fez”, disse.
Para Fagundes, o impacto psicológico da pandemia segue refletido no comportamento de milhões de brasileiros — incluindo o ex-presidente.
“O pós-pandemia deixou marcas profundas, e uma delas é a depressão. Esse é um mal que está atingindo o Brasil, e o presidente Bolsonaro, como qualquer ser humano, também estava sob forte emoção”, completou.