Insolação: risco aumenta depois de quanto tempo de exposição ao sol? Bebida pode agravar a situação?


28/02/2025 às 14:40
Redação

Saúde

Sair da praia, piscina ou até bloco de carnaval com cor de camarão depois de “torrar no sol” pode ser motivo de trauma e um grande risco para a saúde. Em casos extremos, a insolação pode ser fatal. Por isso, o atendimento médico deve ser imediato.

Mas o risco aumenta depois de quanto tempo de exposição ao sol? Quais sintomas e riscos o problema pode causar? Essas respostas dependem de diversos fatores, de acordo com os médicos ouvidos pelo g1.

A insolação é uma condição séria provocada pelo excesso de exposição ao sol e ao calor intenso. Ela acontece quando a temperatura corporal ultrapassa os 40° C, fazendo com que o mecanismo de transpiração falhe e o corpo não consiga se resfriar. A insolação é bastante associada ao clima quente e seco, mas também pode ocorrer em ambientes úmidos.

“A condição merece atenção especial porque, com o aumento rápido da temperatura corporal, a pessoa acaba perdendo muita água, sais minerais e nutrientes importantes para manutenção do equilíbrio do organismo”, explica a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBDRJ) Regina Schechtman.

A insolação é propiciada por fatores como:

  • Tom de pele (Quanto mais clara a pele, maior o risco. Pessoas mais morenas também podem ter insolação, embora tenham uma proteção natural maior contra os danos da radiação UV, devido a? proteção da melanina. Mas essa proteção não e? absoluta)
  • Temperatura do ambiente
  • Intensidade do sol
  • Época do ano e localização geográfica
  • Horário da exposição
  • Umidade
  • uso ou não de alguma proteção adequada, como roupas, chapéu e protetor solar

A dermatologista e integrante da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional São Paulo (SBD-RESP) Marina Godoi Cintra Bernardino explica que a exposição de duas horas sem proteção alguma já pode causar sintomas leves de insolação, como tontura e mal-estar.

Caso a exposição for prolongada por mais de três a quatro horas, o risco de insolação grave aumenta, levando a sintomas como:

  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Dores musculares e fraqueza muscular
  • Náusea
  • Confusão mental
  • Convulsões
  • Perda de consciência
  • Febre alta
  • Pele avermelhada e seca
  • Sensação de desmaio iminente
  • Má coordenação motora
  • Visão embaçada
  • Vômitos

ATENÇÃO: Os sintomas podem levar de quatro dias a dois meses, dependendo da intensidade e gravidade. Em situações de insolação severa, com queimaduras na pele, podem ocorrer danos permanentes ao organismo.

Para evitar a insolação, queimaduras, envelhecimento precoce e câncer de pele, o recomendável é evitar o horário das 10h às 16h, quando ha? maior incidência solar.

 

Os riscos da insolação para a saúde

  • Aumento excessivo da temperatura corporal, levando a? hipertermia. Ou seja, a temperatura do corpo pode ultrapassar 40°C, o que prejudica o bom funcionamento dos órgãos.
  • Desidratação intensa, podendo levar a uma hipotensão. Ou seja, pressão baixa, tontura, confusão mental e desmaios.
  • Problemas neurológicos: devido ao superaquecimento cerebral, nos casos graves, a insolação pode causar convulsões, delírios e ate? coma.
  • Danos aos órgãos internos: se a temperatura corporal ficar elevada por muito tempo, pode afetar o funcionamento de órgãos importantes como, fígado, rins e coração.
  • Inflamação na pele
  • Queimaduras de 1°e 2° graus

 

Segundo especialistas, crianças e idosos são os que mais correm risco de estresse por calor. Além de terem organismos mais vulneráveis, muitas vezes eles não manifestam a necessidade de ingerir líquidos, o que pode levar à desidratação.

Para afastar problemas futuros, como o câncer de pele, é preciso prevenir desde a infância, evitando a exposição prolongada ao sol, destaca Schechtman.

Tanto a insolação quanto a exaustão térmica são preocupantes e podem levar a morte por alta exposição ao calor:

 

  • Insolação: quadro em que a temperatura corporal fica muito elevada, causando a disfunção de diversos sistemas do organismo.
  • Exaustão térmica (ou exaustão pelo calor): quando há uma perda excessiva de sais e líquidos devido ao calor

 

Apesar de a insolação ser considerada o caso mais grave, ambas as situações geram risco de morte. Caso não seja tratada, a exaustão térmica pode levar a um quadro de insolação.

•Calculadora da água 2.0: descubra quanto você precisa beber por dia em época de ondas de calor

 

A bebida pode agravar a situação de insolação?

A boa hidratação e? fundamental para a saúde e a falta dela quando - favorecida por alguns tipos de bebidas diuréticas - pode agravar a insolação.

O consumo de álcool e o excesso de cafeína podem piorar a desidratação, pois favorecem o aumento da vontade de urinar, o que leva à perda de água e eletrólitos pelo corpo, gerando uma maior dificuldade em regular a temperatura corporal, acrescenta Bernardino.

Quando o indivíduo está com sintomas de insolação, NÃO é aconselhável oferecer bebidas alcoólicas. Dermatologistas recomendam que o álcool seja consumido de forma moderada durante os períodos de muito calor. Na praia, por exemplo, o ideal é beber muita água.

 

Quais cuidados devemos tomar para não correr o risco de ter insolação?

Confira as recomendações dos médicos consultados pelo g1:

 

  • Opte por aproveitar os dias ensolarados em horários mais seguros, como antes das 10h e após as 16h (sobre a vitamina D, Bernardino orienta monitoramento dos níveis de vitamina e, caso seja necessário, um ajuste dietético ou suplementação acompanhada do médico especialista)
  • Não espere sentir sede para beber água e hidrate-se constantemente. As garrafas térmicas são boas aliadas para manter os níveis de hidratação.
  • Isotônicos ou soro caseiro ajudam a repor os sais minerais perdidos.
  • Use roupas adequadas: prefira roupas claras de algodão e linho por exemplo, que ventilam melhor.
  • Invista roupas com fator de proteção solar (FPS) no tecido.
  • Use e abuse dos chapéus de aba larga e óculos de sol, com lentes de boa qualidade.
  • Aplique protetor solar FPS 30 ou superior e reaplique a cada 2 horas.
  • Caso tenha contato com água ou suor excessivo, reaplique o protetor.
  • Busque sombra e ambientes ventilados
  • A prática de atividade física e? saudável. Porém, em dias de muito calor e sol excessivo, evite os esforços físicos intensos.
  • Inclua em seu consumo alimentos ricos em água, como melancia, pepino e laranja.
  • Cuidado com o exagero em agasalhar os bebês.
  • Lembre-se de deixar uma garrafa de água fresca e potável para as crianças se hidratarem constantemente.
  • Os idosos costumas sentir menos sede. Por isso, e? preciso monitora?-los para uma hidratação adequada.

 

ATENÇÃO: quem trabalha no sol precisa redobrar os cuidados.

Bernardino destaca que, caso haja sintomas como tontura, fraqueza ou dor de cabeça, é preciso hidratar-se e ir para um local fresco imediatamente.

 

“Se houver sinais de alerta, como pele quente e seca, confusão mental, batimentos cardíacos acelerados e dificuldade para respirar, e? necessário procurar ajuda médica urgente. Chame uma ambulância e inicie medidas de resfriamento corporal, podendo utilizar-se de ventiladores, ar-condicionado e o uso de compressas úmidas e frias. A insolação pode ser perigosa, mas e? evitável. Não devemos subestimar os efeitos do calor. Mantenha-se hidratado e proteja-se do sol”, acrescenta a médica.

 

Cidade do Rio de Janeiro registra aumento de pacientes com problemas ligados ao calor

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS) já verifica um aumento de pessoas procurando as emergências com problemas relacionados ao calor.

Desde o início do ano, até o momento, mais de 5 mil pessoas foram atendidas por problemas ligados ao calor.

 

Fonte: g1

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