Cineasta Vladimir Carvalho morre aos 89 anos
Redação
Famosos
Vladimir Carvalho, cineasta e um dos nomes mais importantes do cinema nacional, morreu nesta quinta-feira (24/10), aos 89 anos, em Brasília. O artista sofria de problemas nos rins e estava internado há três semanas. Ele não resistiu a um infarto. A informação foi confirmada pelo Metrópoles.
Em janeiro, o cineasta comemorou o aniversário de 89 anos no Cine Brasília. Na ocasião, ele exibiu o filme O País de São Saruê, primeiro longa-metragem de sua carreira.
“Estou projetando, neste cinema, o filme O País de São Saruê, que encerra a temporada hoje, celebrando meu aniversário. Esse filme foi feito na década de 1970 e está conquistando uma sobrevida com a nova versão em 4K. Estou muito feliz”, disse Vladimir, à época.
O longa-metragem aborda questões relacionadas à seca e à reforma agrária na Região Nordeste.
A trajetória de Vladimir Carvalho
Paraibano, nascido em Itabaiana, em 1935, Vladimir escolheu Brasília como o local para viver e para praticar sua arte.
Ao longo da carreira, fez parte do cinema novo e produziu obras clássicas do cinema nacional, como O Evangelho Segundo Teotônio, Conterrâneos Velhos de Guerra, Barra 68 e Engenho de Zé Lins. Uma de suas obras mais recentes, o documentário Rock Brasília – Era de Ouro (2011), relembrava o sucesso desse gênero musical na capital do Brasil.
Professor de uma geração
Vladimir Carvalho também foi um dos fundadores do curso de cinema da Universidade de Brasília (UnB). Ele chegou ao centro de ensino em 1969, a convite de Fernando Duarte.
Como acadêmico e docente, Vladimir encarou o desafio de ensinar cinema durante a ditadura militar, viu o curso ser fechado pela repressão e viveu o período da redemocratização.
Em 2012, Vladimir ganhou o título de professor emérito da UnB. No momento do reconhecimento, ele comemorou a conquista.
“O tempo passou num piscar de olhos, como nos filmes de cinema, e aqui estamos nós neste continuado esforço de refundação da UnB. Eu me rejubilo e saio daqui todo me achando e comungando com o velho Camões: ‘Estou em paz com minha guerra’”, falou.
Fonte: Metrópoles