Mudanças climáticas: saiba como tema pode ser cobrado na redação do Enem 2024
Redação
Enem
O tema de redação do Enem 2024 é um dos pontos que mais chamam a atenção dos estudantes que participarão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste ano, a redação será aplicada no domingo, 3 de novembro, para mais de 5 milhões de vestibulandos.
Diante das mudanças climáticas que têm intensificado a ocorrência de eventos climáticos extremos e provocando diferentes tipos de desdobramentos, a temática deve estar presente nos estudos e receber atenção de quem se prepara para o Enem e vestibulares, segundo professores.
Uma vez que a proposta de tema da redação do Enem é composta por um debate de relevância social e de interesse público, as mudanças climáticas podem ser um possível tema para a produção textual do Enem, destaca especialistas.
O Brasil Escola conversou com educadores que comentam a respeito de como as mudanças climáticas podem cair no tema da redação do Enem, o que estudar sobre o assunto, bem como dicas para os candidatos do Enem. Para aprofundar nos conteúdos relacionados nesta matéria, clique nos hiperlinks que redirecionarão para artigos educativos e videoaulas.
Mudanças climáticas como tema de redação do Enem 2024
Os eventos climáticos extremos têm se tornado cada vez mais comum no Brasil e no mundo. Essa realidade é resultado de uma série de mudanças climáticas. Todo esse desequilíbrio provoca diversos tipos de impactos ambientais, sociais e econômicos.
O que estudar sobre mudanças climáticas para a redação do Enem 2024
Fique por dentro do que estudar sobre mudanças climáticas para a redação do Enem 2024. Veja os tópicos mencionados por Ana:
Causas das mudanças climáticas: é importante entender que as mudanças climáticas são provocadas principalmente pela ação humana. A queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) para geração de energia, transporte e indústrias é a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa (GEE), que aprisionam o calor na atmosfera, intensificando o aquecimento global. O desmatamento, especialmente em regiões tropicais como a Amazônia, também contribui significativamente, pois reduz a capacidade de absorção de carbono pelas florestas.
Impactos ambientais e sociais: entre as consequências das mudanças climáticas, estão: o aumento das temperaturas médias globais, a acidificação dos oceanos, o degelo das calotas polares e a elevação do nível do mar, que ameaçam áreas costeiras. Além dos impactos ambientais, há efeitos sociais, como a migração forçada por questões climáticas, o agravamento da insegurança alimentar e a maior vulnerabilidade de países pobres que possuem menos recursos para se adaptar às mudanças.
Políticas públicas e acordos internacionais: conhecer as iniciativas globais e nacionais é fundamental. O Acordo de Paris, assinado em 2015, é um dos principais marcos internacionais, visando limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. O Brasil tem um papel importante nessa discussão devido à Amazônia, mas também enfrenta desafios internos, como a expansão da agropecuária e o desmatamento ilegal, pondera Poppe.
Soluções tecnológicas e sustentáveis: é importante estudar as soluções que estão sendo implementadas para mitigar as mudanças climáticas, como o uso de fontes de energia renováveis (solar, eólica, hidrelétrica), o desenvolvimento de tecnologias limpas, práticas de agricultura sustentável e iniciativas de restauração de ecossistemas. O conceito de "economia verde" também é relevante, pois envolve a criação de uma economia que cresce de forma sustentável, reduzindo a emissão de carbono e promovendo a justiça social.
Justiça climática: o conceito de justiça climática relaciona as mudanças climáticas com desigualdade social. As populações mais pobres e vulneráveis são as mais afetadas, apesar de contribuírem muito menos para o problema. Estudar como os impactos climáticos exacerbam a desigualdade é essencial, pois essa questão toca diretamente em direitos humanos, como o acesso à água, à alimentação e à moradia.
As enchentes e alagamentos fazem parte dos eventos climáticos extremos decorrentes das mudanças climáticas.
Crédito: Dênio Simões / Ministério de Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
Dicas de estudo sobre mudanças climáticas para a redação do Enem 2024
Confira dicas de estudo sobre mudanças climáticas destacadas por Ana Carolina Poppe:
Demonstre profundidade de conhecimento: é importante não apenas apontar os problemas, mas explorar as complexidades do tema. Isso significa discutir as causas estruturais das mudanças climáticas, como o modelo de desenvolvimento econômico insustentável, e seus desdobramentos em diferentes escalas: local, nacional e global. Apresente um olhar crítico sobre as dificuldades em mitigar esses impactos, como a dependência de combustíveis fósseis e as resistências políticas e econômicas para adotar medidas mais eficazes.
Formule uma proposta de intervenção objetiva e viável: a estrutura da redação do Enem exige que o candidato apresente soluções para o problema. Nesse contexto, uma proposta eficaz deve ser detalhada, envolvendo diferentes esferas da sociedade, como governo, empresas e cidadãos. Sugira ações práticas, como a criação de incentivos fiscais para empresas que adotem práticas sustentáveis, a implementação de programas educacionais voltados à conscientização ambiental nas escolas, ou ainda a promoção de campanhas públicas que incentivem o consumo consciente e a redução do desperdício. A intervenção deve ser realista e considerar as limitações econômicas e políticas para ter credibilidade.
Utilize dados e fontes confiáveis: a inclusão de dados concretos e referências a estudos científicos ou relatórios internacionais, como os produzidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), pode fortalecer seu argumento. Citar, por exemplo, que o Brasil é um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas devido à sua extensa costa e dependência da agricultura, pode ser uma maneira eficaz de contextualizar o tema no cenário nacional, segundo Poppe. Usar dados recentes sobre emissões de carbono ou desmatamento também demonstra domínio do tema e atualidade.
Altas temperaturas estão se tornando mais comum com as mudanças climáticas.
Crédito: Paulo Pinto / Agência Brasil.
Mantenha uma postura crítica e equilibrada: ao discutir as responsabilidades pelas mudanças climáticas, evite simplificações ou abordagens polarizadas. É importante reconhecer a complexidade do problema e que ele demanda uma ação coordenada de todos os setores da sociedade, sem ignorar os desafios econômicos e políticos envolvidos na transição para um modelo sustentável. Uma abordagem equilibrada considera as responsabilidades de grandes potências, mas também o papel dos países em desenvolvimento e das empresas transnacionais.
Faça a conexão com os direitos humanos: enfatizar como as mudanças climáticas afetam diretamente direitos fundamentais pode enriquecer seu texto. O direito à vida, à saúde, à alimentação e à moradia são diretamente impactados pelos efeitos do aquecimento global, especialmente em populações já marginalizadas. Ao discutir justiça climática, aborde como políticas públicas ineficazes ou inexistentes agravam desigualdades, e como é necessário um compromisso ético com a preservação ambiental para garantir a dignidade humana no futuro.
É importante que os candidatos construam um bom repertório para a produção da redação. Nesse sentido, é preciso compreender e saber explicar os fenômenos climáticos que intensificam o aquecimento global, afirma Leonardo Baroni, analista pedagógico da plataforma Redação Nota 1000.
Especialistas entrevistados nesta matéria. À esquerda, Ana Carolina Poppe. À direita, Leonardo Baroni.
Crédito: Divulgação.
Neste contexto, Baroni explica que o estudante deve entender que "motivos como a queimada de combustíveis fósseis, a retirada de cobertura vegetal e aumento das áreas desmatadas, e as queimadas de vegetação são fatores que contribuem para o aquecimento global".
A dica de Leonardo é acessar e ler documentos como o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, publicado em 2016, cujo objetivo é orientar a respeito da gestão e redução do risco climático ao longo do tempo.
Treine sua redação para o Enem de forma gratuita
Com o Banco de Redações do Brasil Escola, é possível treinar a produção textual da redação de forma totalmente gratuita e online. Todo o mês, o site libera uma proposta de tema em que os estudantes podem enviar seus textos para a correção.
Os usuários poderão optar entre a correção pela equipe de professores (disponibilizada no primeiro dia útil do mês seguinte) ou pela Iara (a inteligência artificial do Brasil Escola) que corrige a redação em segundos.
Fonte: Uol