Mauro atribui juros o endividamento do país em razão da condução fiscal de Lula
Redação
Crítica
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), afirmou que o desequilíbrio das contas públicas brasileiras se arrasta há anos e é resultado direto do alto nível de endividamento do governo federal. A declaração foi feita ao comentar a decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, anunciada nesta semana.
Segundo Mendes, o cenário fiscal é preocupante e envolve uma combinação de fatores estruturais. Ele citou o déficit público, o rombo da Previdência e o desequilíbrio recorrente das contas federais como elementos que pressionam a economia. “Esses problemas estão muito grandes nos últimos anos”, disse o governador durante um evento do Progressistas, realizado nesta quinta-feira (11).
Na avaliação do chefe do Executivo estadual, falta vontade política para enfrentar o problema de forma direta e transparente. Para ele, o país precisa de decisões mais firmes e responsáveis para reverter a trajetória atual. “Espero que, em algum momento, alguém trate essa situação com mais seriedade e clareza”, afirmou.
Mauro Mendes também questionou o argumento de que os juros elevados seriam apenas uma ferramenta para conter a inflação. Para ele, essa justificativa não reflete a realidade econômica do país. “Vamos falar a verdade: essa história de juros altos para controlar a inflação é conversa fiada”, criticou.
O governador defendeu que o principal fator por trás das taxas elevadas é o volume da dívida pública. Segundo ele, o governo federal não consegue gerar recursos suficientes nem para arcar com os próprios juros, recorrendo a novos empréstimos para honrar compromissos antigos. “O juro é alto porque o governo deve muito e não tem caixa. Ele pega dinheiro emprestado para pagar juros que vencem e para rolar a dívida”, argumentou.
Para ilustrar, Mendes comparou a situação do Brasil à de um mau pagador no mercado financeiro. “Quando alguém é um grande devedor e não passa confiança, qualquer banco cobra juros mais altos. Com o país acontece a mesma coisa”, concluiu.
O Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano pela quarta reunião consecutiva em 2025, no maior patamar desde 2006. Já a inflação oficial, medida pelo IPCA, registrou alta de 0,18% em novembro, o menor índice para o mês desde 2018, segundo dados do IBGE.