Projeto propõe eliminar marcas de facções de espaços públicos em Cuiabá
Redação
Projeto
Cuiabá pode ganhar uma política permanente para remover símbolos e mensagens ligados ao crime organizado de qualquer espaço público da cidade. A proposta, apresentada pelo vereador Rafael Ranalli (PL), avançou nesta quinta-feira (4) após ser aprovada na Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal.
O texto determina que o município trate como prioridade a identificação e a eliminação de siglas, inscrições e sinais que façam referência a facções em prédios públicos, praças, escolas, unidades de saúde e demais bens do patrimônio municipal. A medida também inclui cemitérios, onde ainda é comum encontrar túmulos marcados com siglas criminosas.
Para Ranalli, essas inscrições não são apenas vandalismo, mas um mecanismo de influência. Ele afirma que a presença dessas marcas nos bairros ajuda a normalizar a presença do crime, sobretudo entre crianças e adolescentes.
“O jovem vê a sigla na escola, no posto de saúde, no cemitério… e isso vira referência. Precisamos combater essa infestação nefasta que tenta convencer nossa juventude de que o crime é o caminho mais fácil. Bandido tem vida curta. O nosso papel é impedir que crianças sejam puxadas para o crime organizado”, disse o vereador durante a discussão do projeto.
A proposta vai além da simples remoção das marcas. O texto orienta a Prefeitura a criar um canal seguro de denúncias para que moradores possam indicar locais com símbolos criminosos. Também prevê treinamento para servidores de áreas como educação, saúde, vigilância e administração de cemitérios, habilitando-os a identificar e comunicar esse tipo de ação.
No âmbito da educação, o projeto determina o reforço de atividades pedagógicas sobre cidadania, direitos humanos e prevenção ao aliciamento de jovens, levando o debate diretamente para as salas de aula. A ideia é abordar temas como violência, influência das facções e caminhos possíveis fora da criminalidade.
Outra diretriz proposta é o uso de tecnologia para mapear pontos onde as inscrições aparecem com maior frequência e entender a dinâmica de sua expansão. O projeto ainda abre espaço para parcerias com organizações da sociedade civil e instituições privadas para fortalecer as ações.
Ranalli destacou que, apesar da atuação de estruturas estaduais como o Gaeco e comitês integrados de combate ao crime organizado, a presença de sinais de facções continua crescendo em espaços públicos da capital, o que justificaria a necessidade de uma política municipal própria.
Após aprovação na Comissão de Segurança Pública, o projeto segue agora para apreciação em plenário. Se aprovado pelos vereadores, deverá ser encaminhado para sanção do Executivo.