Brasil desperdiça volume de água equivalente a 6 mil piscinas olímpicas


26/11/2025 às 14:32
Redação

Avaliando

O Brasil segue enfrentando um grave problema de desperdício de água tratada antes mesmo que ela chegue às residências. É o que revela o Estudo de Perdas de Água 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil (ITB) em parceria com a GO Associados. Segundo o levantamento, o país perdeu, em um ano, 5,8 bilhões de metros cúbicos de água — volume capaz de abastecer 50 milhões de pessoas.

Os dados, obtidos a partir do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SINISA, base 2023), mostram que 40,31% da água produzida no país não chega ao consumidor. O índice supera, com folga, a meta de 25% estabelecida pela Portaria 490/2021 do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

As desigualdades regionais são marcantes. Norte (49,78%) e Nordeste (46,25%) acumulam os piores resultados. Estados como Alagoas (69,86%), Roraima (62,51%) e Acre (62,25%) desperdiçam mais da metade da água tratada. Na ponta oposta, Goiás (25,68%), Distrito Federal (31,46%) e São Paulo (32,66%) apresentam indicadores mais próximos das metas nacionais.

As perdas englobam vazamentos, falhas de medição e consumos irregulares. Só as perdas físicas, relacionadas majoritariamente a vazamentos, passam de 3 bilhões de metros cúbicos por ano — volume suficiente para abastecer os 17,2 milhões de brasileiros que vivem em áreas vulneráveis por quase dois anos.

O impacto vai além do desperdício. As perdas elevam custos operacionais, exigem maior captação em mananciais já pressionados pelas mudanças climáticas e ampliam gastos com energia, manutenção e produtos químicos. O reflexo ambiental é imediato: pressão sobre rios, redução da disponibilidade hídrica e menor resiliência frente a secas e calor extremo, fenômenos cada vez mais frequentes no país.

A presidente-executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, alerta para a urgência de investimentos. “Ainda vemos um progresso tímido nos índices de redução de perdas de água. Perdemos diariamente mais de 6,3 mil piscinas de água potável, um exemplo alarmante de ineficiência”, afirmou. Ela ressalta que a crise climática intensifica a escassez hídrica e exige respostas rápidas e estruturadas.

O estudo reforça que os piores índices estão justamente nas regiões com menor capacidade de investimento e maior fragilidade institucional. Para os especialistas, reduzir perdas é também uma forma de adaptação climática — tema central na COP30.

Caso o país conseguisse alcançar os 25% previstos pela regulação, economizaria 1,9 bilhão de m³ de água por ano, o que corresponderia ao consumo anual de 31 milhões de pessoas. O ganho econômico estimado seria de R$ 17 bilhões até 2033, fortalecendo a infraestrutura hídrica e aumentando a resiliência dos municípios.

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