Férias da secretária de Saúde em meio à crise agravam questionamentos sobre gestão
Redação
Várzea Grande
A secretária municipal de Saúde de Várzea Grande, Deisi de Cássia Bocalon, entrou de férias após dez meses no cargo, em um dos momentos mais críticos para a rede pública do município. Unidades básicas e de urgência enfrentam superlotação, escassez de profissionais e atrasos em procedimentos, enquanto pacientes relatam filas crescentes e atendimento precário.
Mesmo diante do cenário delicado, a prefeita Flávia Moretti (PL) autorizou o afastamento temporário da titular e nomeou a subsecretária Loicy Aparecida da Silva Cunha como interina, conforme a Portaria nº 960/2025. Caberá a ela coordenar as ações da pasta durante o período de ausência, embora servidores e analistas avaliem que uma substituição provisória dificilmente solucionará os entraves estruturais da saúde municipal.
O afastamento da secretária em meio à crise levantou críticas e questionamentos sobre as prioridades da gestão. Para parte da população e especialistas, a decisão demonstra desconexão entre o comando da prefeitura e as necessidades urgentes dos cidadãos. Nos últimos dias, moradores relataram adiamentos de consultas, procedimentos suspensos e longas esperas por atendimento em hospitais e unidades básicas.
Além do impacto prático, o caso reacende o debate sobre transparência e responsabilidade na administração pública. Profissionais lembram que, segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o direito às férias é adquirido após 12 meses de exercício, o que levanta dúvidas sobre eventuais tratamentos privilegiados dentro da estrutura municipal.
Enquanto a secretária descansa, a rede de saúde de Várzea Grande segue operando no limite, com hospitais e pronto-atendimentos sobrecarregados e profissionais exaustos. Entidades da sociedade civil pedem planejamento e sensibilidade por parte da gestão, para que decisões administrativas não agravem ainda mais o cenário de vulnerabilidade enfrentado pela população.