CPMI do INSS terá acesso a registros de entradas no Congresso, apesar de restrição sobre visitas a gabinetes
Redação
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O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI do INSS, anunciou que a comissão terá acesso aos registros de entradas e saídas nos prédios da Câmara e do Senado, mesmo após parecer jurídico da Advocacia do Senado barrar a divulgação das visitas a gabinetes parlamentares. A decisão foi tomada após questionamentos envolvendo o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como figura central nas investigações sobre fraudes e tráfico de influência no instituto.
Segundo Viana, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), autorizou a liberação dos registros de acesso aos prédios, ainda que tenha mantido a restrição quanto à identificação de gabinetes visitados. “Acredito que teremos acesso com tranquilidade às entradas no Senado nos dias e horários determinados”, afirmou o parlamentar.
O senador minimizou o impacto da limitação, destacando que os próprios depoimentos devem revelar quais parlamentares foram procurados pelos investigados. Já o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), criticou a manutenção do sigilo, defendendo que a sociedade tem o direito de saber com quem os envolvidos se reuniram.
O impasse jurídico se somou às tensões durante o depoimento do delegado da Polícia Federal Bruno Bergamaschi, da Operação Sem Desconto, que chegou a ser ameaçado de prisão por se recusar a fornecer detalhes de investigações sob sigilo. Após repercussão, a advogada-geral do Senado, Gabrielle Tatith Pereira, autorizou o delegado a prestar esclarecimentos de forma limitada e orientou que a comissão recorra à Justiça para obter informações adicionais.