Instituto Marielle Franco lança pesquisa inédita sobre violência política digital contra mulheres negras
27/08/2025 às 13:56
Redação
Violência Digital
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O Instituto Marielle Franco (IMF) apresenta nesta quarta-feira (27), às 19h, no salão nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília, a pesquisa inédita “Regime de ameaça: a violência política de gênero e raça no âmbito digital (2025)”. O levantamento mostra a dimensão e a gravidade dos ataques sofridos por mulheres negras no cenário político brasileiro.
Segundo o estudo, a violência política digital é sistêmica e coordenada. Entre os casos mapeados, 71% envolvem ameaças de morte ou estupro, sendo que 63% das ameaças de morte fazem referência ao assassinato de Marielle Franco, evidenciando um padrão simbólico que busca intimidar mulheres negras que disputam espaços de poder.
As principais vítimas são mulheres negras cis, trans e travestis, LGBTQIA+, periféricas, defensoras de direitos humanos, parlamentares, candidatas e ativistas. A pesquisa reuniu dados a partir de atendimentos realizados pelo Instituto Marielle Franco e contou com a parceria do Instituto Alziras, portal AzMina, coletivo Vote LGBT, Internet LAB, Justiça Global e Terra de Direitos.
A diretora executiva do IMF, Luyara Franco, filha de Marielle, destacou. “A violência que atinge cada uma dessas mulheres é também uma violência contra a democracia. Queremos que esta publicação sirva de base para ações concretas de proteção e responsabilização de agressores e plataformas digitais”.
Entre as recomendações, o estudo propõe a criação da Política Nacional de Enfrentamento à Violência Política de Gênero e Raça, com diretrizes para Estado, Legislativo, sociedade civil e plataformas digitais.
Sobre o Instituto Marielle Franco
Fundado em 2019 pela família da vereadora, o IMF é uma organização sem fins lucrativos que atua na defesa da memória e no fortalecimento do legado de Marielle, além de inspirar, conectar e potencializar mulheres negras, pessoas LGBTQIA+ e periféricas na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
O lançamento oficial acontece hoje, em Brasília, e será aberto ao público interessado no tema.
