Freira brasileira acionará Justiça após ser destituída na Itália por “ser jovem e bonita demais”
Redação
POLÊMICA
A freira brasileira Aline Pereira Ghammachi, de 41 anos, entrou com ação na Justiça italiana após ser destituída do cargo de madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, na região do Vêneto. Segundo ela, sua aparência e rápida ascensão na Igreja causaram incômodo e perseguição dentro da ordem religiosa.
Aline assumiu o comando de quatro mosteiros na Itália em 2018, aos 34 anos. Desde então, afirma ter enfrentado resistência por parte da liderança eclesiástica, especialmente do abade geral Mauro Giuseppe Lépori. “Desde sempre, a questão de ser jovem e bonita pesava. O ambiente se tornou hostil”, relatou.
Em 2023, uma denúncia anônima enviada ao Papa Francisco acusou Aline de abusos psicológicos e manipulação com as 18 religiosas sob sua liderança. A carta desencadeou inspeções internas, mas, segundo sua defesa, não há provas concretas. “Não existem documentos nem testemunhos que sustentem as acusações”, afirmou a advogada Esraíta Delaias.
Aline também foi investigada por supostas irregularidades financeiras, mas uma perícia oficial a isentou totalmente. “Recebemos parabéns pela transparência das contas”, destacou a freira.
Outro ponto de atrito foi a venda de uvas para produção de prosecco, medida tomada por ela para garantir autonomia financeira ao mosteiro. “Tudo o que fizemos foi pela autossuficiência”, justificou.
Após a morte do Papa Francisco, em abril deste ano, Aline deixou o mosteiro. No dia seguinte, cinco monjas também abandonaram a clausura em solidariedade. Uma delas relatou: “Fomos tratadas como mafiosas, vigiadas como em um campo de concentração.”
A freira agora contesta sua destituição na Justiça vaticana e italiana. “Lutar pela verdade também é um ato cristão. Não vou desistir”, afirmou.
Fonte: O Fuxico