CGE nega citar emenda de R$ 10 milhões de Avalone no relatório
Redação
Operação Suserano
A Operação Suserano, deflagrada em setembro de 2024 pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), apura suposto desvio de R$ 28 milhões em emendas parlamentares destinadas à Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf/MT). A investigação aponta suspeita de sobrepreço de até 80% na compra de kits para agricultura familiar.
O caso ganhou novo capítulo após o controlador-geral do Estado, Paulo Farias Nazareth Netto, negar que relatório da CGE tenha citado uma emenda de R$ 10 milhões do deputado Carlos Avalone (PSDB), como divulgado. Avalone afirma que nunca apresentou emenda nesse valor e acusa a CGE de provocar um “linchamento moral”.
A polêmica começou após reportagem do UOL, que apontou 14 deputados supostamente envolvidos no esquema. Deputados reagiram na tribuna, acusando o relatório da CGE de conter informações falsas e questionando a origem dos dados.
O presidente da Assembleia, Max Russi (PSB), e os deputados Faissal Calil (Cidadania), Fábio Tardin (PSB), Gilberto Cattani (PL) e Wilson Santos (PSD) criticaram a operação e cobraram explicações. Faissal acusou a delegada responsável de tentar forçar o envio do caso à Justiça Eleitoral para incluir a Polícia Federal na investigação.
Os parlamentares alegam que o papel deles é apenas indicar onde os recursos das emendas devem ser aplicados, cabendo ao Governo do Estado executar. Eles também questionam se a operação não teria sido usada como instrumento de pressão política.
O controlador-geral, Paulo Nazareth, foi convocado a prestar esclarecimentos na Assembleia na próxima quinta-feira (26), e deve enviar o relatório da auditoria à Casa antes da reunião.
A operação já resultou no afastamento de servidores, bloqueio de bens, sequestro de imóveis e veículos, além da proibição de empresas investigadas firmarem contratos com o governo.
O então secretário da Seaf, Luluca Ribeiro, e outros quatro servidores foram exonerados no início da investigação, que partiu de uma denúncia recebida pela própria CGE em julho de 2024.