Caminhada japonesa ganha destaque como técnica simples e poderosa para saúde e bem-estar
03/06/2025 às 09:02
Redação
BEM ESTAR
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“Sem dor, sem ganho” é um mantra repetido à exaustão por quem frequenta academias e busca resultados estéticos com treinos intensos. Essa filosofia, muito enraizada na cultura ocidental, valoriza o esforço físico extremo como sinônimo de superação. No entanto, do outro lado do mundo, no Japão, o pensamento é outro: o foco está no bem-estar e na simplicidade.
Para os japoneses, o exercício físico não precisa ser sofrido ou exaustivo. Ao contrário, é visto como um momento de autocuidado e conexão com o corpo. Caminhar pelas ruas do bairro ou trilhar montanhas é uma prática comum e valorizada. E é justamente nesse hábito que está o segredo da longevidade e boa forma dos japoneses, segundo especialistas.
O médico Saurabh Sethi, formado por Harvard e Stanford e conhecido nas redes sociais por compartilhar orientações de saúde, revelou que a chamada “caminhada japonesa” ou Treinamento de Caminhada Intervalada é uma técnica eficaz e acessível que pode trazer resultados expressivos. O método consiste em iniciar com 3 a 5 minutos de caminhada leve e, em seguida, alternar entre três minutos em ritmo moderado e três minutos em ritmo acelerado, como se estivesse atrasado para um compromisso. Esse ciclo deve ser repetido por 30 minutos e finalizado com alguns minutos de caminhada leve para recuperação.
De acordo com Sethi, o diferencial está na intensidade, não na quantidade. Enquanto muitas pessoas têm como meta os famosos 10 mil passos diários, a caminhada japonesa mostra que a alternância de ritmos em períodos mais curtos pode ser ainda mais benéfica. “Faça isso por 30 minutos diariamente e os resultados serão impressionantes”, afirma.
A médica esportiva Alejandra Hintze, diretora médica da Escola Marangoni, também destaca os benefícios da prática. Segundo ela, para quem tem pouco tempo, caminhar em ritmo acelerado por períodos curtos pode trazer ganhos significativos para a saúde cardiovascular. Além disso, por exigir menos tempo contínuo de atividade, esse tipo de exercício acaba sendo mais viável para muitas pessoas. “Ela exerce mais pressão arterial em menos tempo, o que a torna supereficiente”, explica.
Além da melhora na pressão arterial, a técnica também está associada à redução do risco de AVC, melhora nos níveis de colesterol e glicose, aumento da força nas pernas e ganho de capacidade aeróbica. Um estudo que analisou os efeitos do treinamento de caminhada intervalada em adultos de meia-idade e idosos mostrou que, após três meses de prática quatro vezes por semana, os participantes apresentaram avanços significativos em diversos indicadores de saúde, quando comparados aos que fizeram apenas caminhadas contínuas em ritmo moderado.
Outro ponto positivo é a menor sobrecarga nas articulações. Hintze lembra que pessoas com dores nos joelhos, quadris ou lombar tendem a sentir desconforto em caminhadas longas, o que pode limitar suas atividades. Com treinos mais curtos e intensos, como os praticados no Japão, essa exigência diminui, o que torna o exercício mais acessível.
A médica ainda ressalta o impacto positivo na saúde mental: “Esse tempo gasto caminhando melhora a conexão com o ambiente, permite respirar ar puro e cria um espaço meditativo.”
Para aproveitar ao máximo os benefícios, ela recomenda iniciar a prática com um breve aquecimento, preparando os músculos e prevenindo lesões. “É sempre melhor sair com um aquecimento e alongamento feitos antes do que fazê-lo frio”, finaliza.
Fonte: Jornal O Sul
