Universidade Federal do MA promove erotismo: “Educar com o c*”
Redação
Veja
A historiadora e cantora Tertuliana Lustosa protagonizou performance erótica durante palestra na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), nesta quinta-feira (17/10). Em vídeo, é possível vê-la subindo em uma cadeira, levantando o vestido e expondo suas partes íntimas. “Educando com o cu”, diz a influenciadora no fim da apresentação. Autora da música “Murro na costela do viado”, do grupo “A Travestis”, ela soma 26,9 mil seguidores no Instagram.
A palestra ocorreu durante o I Encontro de Gênero do Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política (Gaep) da UFMA. O encontro segue até esta sexta-feira (18/10) e tem como título “Gênero para além das fronteiras: tendências contemporâneas na América Latina e no Sul global”. A universidade federal diz que “tomará as providências cabíveis” e que “respeita o ambiente acadêmico inclusivo”.
Segundo os organizadores, o evento tem como intuito “reunir representantes de diversas vertentes acadêmicas e que pensam, discutem e tensionam o gênero e as suas interseccionalidades a partir do Sul global”. O objetivo é “fortalecer as trocas acadêmicas e a diversidade de experiências de vida que refletem as leituras e a atuação de pesquisadores do grupo”.
Durante a dança, Tertuliana Lustosa canta: “No mestrado da putaria, vou te ensinar gostoso, dando aula na sua pic*. Aqui não tem nota, nem recuperação, não tem sofrimento e se aprende com tesão. De quatro, empino o c*. Educando com o c*”.
No seu Instagram, a historiadora escreveu: “Convido vocês a conhecer a minha pesquisa: Educando com o C… e entender que a universidade é, sim, lugar de múltiplas formas de conhecimento, inclusive do proibidão. Obrigada pelo convite, Gaep-UFMA”.
A apresentação gerou onda de críticas nas redes sociais. Recentemente, o governo Lula foi alvo de reclamações semelhantes após uma dança erótica no Ministério da Saúde.
Universidade diz que vai tomar providências
Nesta quarta-feira, 17, a historiadora Tertuliana Lustosa, na condição de palestrante convidada pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política – GAEP, apresentou a sua pesquisa durante a Mesa Redonda “Dissidências de gênero e sexualidades”, onde reproduziu e performou uma de suas canções, considerada inapropriada para o momento e a construção do debate acadêmico-científico em que se encontrava.
Como sabido, a Universidade é um espaço plural e de diálogos, dedicado ao conhecimento, à diversidade de ideias e ao respeito mútuo. Por isso, entendemos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental da academia, mas também ressaltamos a importância de se manter um ambiente harmônico e respeitoso para todos os membros da nossa comunidade.
Por ser um lugar de múltiplas formas de conhecimento, os cursos, de graduação e de pós-graduação, possuem autonomia para discutir os variados temas que permeiam a nossa sociedade e que se apresentam a partir de diversas teorias científicas. Ressalta-se, contudo, que a UFMA não compactua com quaisquer tipos de ações que possam desrespeitar os valores e princípios basilares da instituição.
Neste sentido, a UFMA informa que está averiguando o ocorrido e tomará as providências cabíveis, após o comprometimento de ouvir todas as vozes, reafirmando seu compromisso com um ambiente acadêmico inclusivo, respeitoso e transparente.
Reafirma-se, por fim, que todos os esforços da Universidade buscam a melhoria de uma sociedade mais justa, inclusiva e comprometida com a pluralidade de vozes e saberes em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade.
Fonte: Metrópoles