Aliado de Trump é acusado de ter se declarado "nazista negro" e exaltar escravidão
Redação
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Candidato ao governo da Carolina do Norte rejeita abandonar campanha após divulgação de comentários obscenos e racistas que ele teria feito em um portal de internet pornográfico. Caso ameaça campanha de Trump no estado.O candidato do Partido Republicano ao governo do estado da Carolina do Norte, Mark Robinson, afirmou nesta sexta-feira (20/09) que não cederá a pressões para abandonar a campanha eleitoral, após a divulgação de postagens atribuídas a ele que contêm comentários de cunho sexual e racista.
As declarações, que teriam sido encontradas em seções de comentários de portais de internet pornográficos, têm potencial para gerar danos significativos à campanha do candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump.
Uma reportagem da emissora CNN afirmou o candidato publicou uma série de declarações "gratuitamente sexuais e indecentes" entre 2008 e 2012, antes de entrar para a política, e que divulgaria apenas uma pequena parcela desses em razão do "conteúdo gráfico" das declarações.
Segundo a emissora, muitos de seus comentários contradizem as posições políticas defendidas por ele durante a campanha em temas como o aborto e os diretos das pessoas transgênero.
Em um comentário de 2012 atribuído ao republicano, ele teria dito que preferia o ditador nazista Adolf Hitler à liderança do governo americano em Washington. Segundo a reportagem, Robinson teria se referido a si próprio como um "negro nazista".
Em outro comentário de 2010, Robinson, um homem negro, teria dito que "a escravidão não é ruim. Algumas pessoas precisam ser escravas. Gostaria que trouxessem [a escravidão] de volta. Eu certamente compraria alguns [escravos]."
Segundo a CNN. Robinson também teria comentado sobre como ele gostava de espiar mulheres em vestiários de academias de ginásticas quando tinha 14 anos, e expressado seu gosto por material de pornografia envolvendo pessoas transgênero. Ele chegou a descrever a si mesmo com um "pervertido".
Danos à campanha de Trump
Robinson, de 56 anos, disse que não será impelido a desistir de sua candidatura em razão do que chamou de "mentiras obscenas de tabloides". O republicano, que possui um histórico de declarações polêmicas, divulgou um vídeo negando o conteúdo da reportagem da CNN. "Asseguro que as coisas que vocês verão nessa reportagem não são palavras de Mark Robinson", afirmou.
O Partido Republicano da Carolina do Norte saiu em defesa do candidato, acusando os democratas de lançarem mão de uma campanha difamatória. "Mark Robinson negou categoricamente as acusações feitas pela CNN, mas isso não vai fazer com que a esquerda pare de tentar demonizá-lo através de ataques pessoais", disse o partido, em nota.
As declarações, porém, têm potencial para ameaçar as chances de Trump de vencer a votação na Carolina do Norte, um dos estados onde a disputa eleitoral entre o republicano e a democrata Kamala Harris é mais acirrada.
Robinson, que é vice-governador e ganhou de maneira decisiva as primárias republicanas no estado em março, aparece atrás do candidato democrata Josh Stein em várias pesquisas de intenção de voto.
A campanha de Harris não perdeu a oportunidade para lembrar que Trump elogiou recentemente Robinson, dizendo que ele era "melhor do que Martin Luther King", se referindo ao icônico líder do movimento em prol dos direitos civis e dos negros nos EUA. Outra imagem divulgada pelos democratas mostra Trump e Robinson lado a lado, fazendo o tradicional sinal de positivo.
Até o momento, Trump não comentou o caso. Sua assessoria disse apenas que ele estava "concentrado em vencer a Casa Branca e salvar o país", e que a Carolina do Norte é "parte essencial desse plano". O ex-presidente trouxe Robinson para perto de si em sua campanha na tentativa de ampliar seu apoio entre os eleitores negros.
Fonte: IstoÉ