Piiê: Justiça volta atrás e nome de faraó é dado a bebê após cartório impedir registro
Redação
Veja
A Justiça de Minas Gerais autorizou que um bebê fosse chamado de Piiê Massena Prímola após uma juíza reconsiderar nesta quinta-feira, 12, sua decisão de impedir que o recém-nascido fosse registrado de tal maneira. O nome foi escolhido como uma homenagem ao primeiro faraó negro do Egito.
De acordo com familiares, Piiê nasceu no dia 31 de agosto e, no momento do registro, os pais, Danilo e Catarina Prímola, foram impedidos de dar o nome ao filho pelo cartório em decorrência da grafia. A Justiça considerou que o recém-nascido sofreria constrangimentos pelo fato de a nomenclatura se assimilar a “pliê”, um passo de balé.
A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais interviu e recorreu da decisão, apresentando argumentos de que o nome tinha importância cultural aos pais da criança, de acordo com o programa “MG1”, da TV Globo. “Resgatar nomes africanos é uma forma poderosíssima de recontar, reescrever essa narrativa do nosso povo preto”, pontuou Danilo Prímola.
Em contato com o site IstoÉ, o TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) informou que, diante das informações apresentadas, a juíza Maria Luiza de Andrade reconsiderou sua decisão e autorizou o registro em respeito à cultura dos pais de Piiê. A magistrada ainda autorizou que a grafia fosse mantida por “entender que nomes estrangeiros devem mesmo observar a grafia do país de origem”, declarou.
Apesar disso, a juíza expressou que ainda crê em um possível constrangimento do recém-nascido pela dificuldade de grafia e pronúncia.
Fonte: IstoÉ